Bloomberg — Boris Johnson rebateu os pedidos do líder do partido da oposição, Keir Starmer, para que ele renuncie devido a alegações de que o primeiro-ministro participou de festas ilegais em Downing Street durante o lockdown.
Johnson disse à Câmara dos Comuns que não poderia comentar o assunto enquanto ainda estivesse sob investigação e reiterou a promessa de publicar o relatório da servidora pública sênior Sue Gray assim que o receber. No entanto, a entrega do relatório foi afetada pelo anúncio surpresa de uma investigação separada pela Polícia Metropolitana nesta terça-feira (25).
Vários parlamentares conservadores disseram à Bloomberg que esperariam até que a polícia publicasse suas descobertas antes de decidir se pediriam a renúncia de Johnson. Alguns acreditam que o alvoroço pelas supostas festas é exagerado, e que o foco deveria estar em questões como a tensão com a Rússia e o custo de vida.
A raiva e a frustração aumentaram dentro do Partido Conservador, no poder, devido a relatos recentes de que Johnson participou de uma festa de aniversário e uma aglomeração em um momento em que a maioria dos britânicos foi proibida de realizar esses tipos de eventos pelos regulamentos de combate à covid-19 promulgados pelo governo do primeiro-ministro. A aprovação do Partido Conservador despencou, levando alguns conservadores a pedir publicamente a saída de Johnson.
Por enquanto, Johnson conseguiu controlar a crescente rebelião. O primeiro-ministro enfrentará uma votação sobre sua liderança se 54 parlamentares conservadores, ou 15% do total, enviarem cartas a um comitê pedindo sua renúncia. Então, ele precisaria do apoio de mais de 50% dos parlamentares conservadores em voto secreto. Se perder, teria início uma corrida pela liderança do país.
--Esta notícia foi traduzida por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.
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