Nas alturas: iFood é liberado para decolar com drones de delivery

É a primeira vez que uma agência da região permite o uso comercial de drones para delivery

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“We’re soaring, flying, there is not a star in heaven that we can’t reach”. O High School Musical disse isso, mas poderia facilmente ser o iFood dublando. O gigante do delivery brasileiro tem agora drones no ar, para além de motos e bicicletas nas ruas do País. Tudo isto com o aval da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

É a primeira vez que uma agência da região dá luz verde ao uso comercial de drones para delivery, enquanto na China, empresas como a Meituan já fazem esse serviço. No entanto, não é como se os drones forem pousar no tapete de entrada. O iFood disse que os drones não vão até a casa dos clientes. A missão deles é reduzir o tempo de viagem na primeira milha, desde o restaurante até um ponto de coleta. A partir daí, os entregadores utilizam modos tradicionais (motocicletas, bicicletas ou patinetes) para levar o pedido.

O projeto inicial para levar o iFood para o ar começou há dois anos, feito por meio de pilotos para testar a viabilidade da entrega assistida por drone em diferentes regiões e contextos, com certificação do CAVE (Certificado de Autorização de Voo Experimental). “É uma conquista única para o Brasil. Esse é um marco histórico na aviação, mas também no desenvolvimento da sociedade. É o início de uma mudança que traz novas maneiras e agilizará as entregas em diferentes contextos ao colocarmos o uso de um modal aéreo em parte de uma rota de entrega”, disse Fernando Martins, head de logística e inovação no iFood, em comunicado à imprensa.

Os drones recém-aprovados poderão efetuar entregas com cargas até 2,5kg em um raio de 3km, inclusive em ambientes urbanos, mantendo as margens de segurança que foram estabelecidas durante a fase piloto do projeto. As encomendas devem ter o peso e as dimensões que possam ser transportadas pelo drone. A entrega por drone não tem qualquer custo adicional para o usuário ou para o restaurante.

Até agora, o iFood fez testes nas cidades de Campinas e Aracaju com McDonalds e Madero e a ideia é expandir para outros estabelecimentos - uma vez que o droneport está próximo do shopping. O iFood acrescentou que ainda não existe um calendário para novas cidades, mas com a autorização da ANAC isto será analisado pela empresa.

O iFood ultrapassou as 60 milhões de entregas mensais no Brasil, e serve mais de 270 mil restaurantes em mais de 1.200 cidades. Não é fácil para os rivais, uma vez que o negócio de entregas no Brasil consome muito caixa. Recentemente, o Uber Eats disse que não vai mais operar o seu serviço de entregas de restaurantes no País.

Enquanto isso, até setembro de 2021, a Prosus, acionista do iFood, disse que o principal negócio de entregas do iFood está perto do limiar de rentabilidade.

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