Barcelona, Espanha — A prudência segue marcando a pauta dos mercados. No front, permanecem as mesmas dúvidas que corroeram os mercados nas últimas sessões: as decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed) e a escalada das tensões geopolíticas. Na Europa, as bolsas recuperam parte da sangria de ontem, quando o Stoxx 600 terminou com a pior rentabilidade diária desde junho de 2020. Nos Estados Unidos, que ontem tiveram um giro de último momento e conseguiram fechar em alta, os futuros de índices retrocedem.
No mercado norte-americano, as ações da International Business Machines Corp. (IBM) subiam nas operações prévias à abertura das bolsas depois de anunciar o maior crescimento de vendas em 10 anos. Na Europa, a renda variável corrigia a forte queda de ontem graças à melhora do lucro de empresas como a Ericsson AB.
O aumento da volatilidade é um fator-chave. O índice de volatilidade da Cboe, conhecido como VIX, subiu pela sexta sessão nesta terça-feira, depois de ontem saltar brevemente intraday para o mais alto desde outubro de 2020. O rendimento dos Tesouros de 10 anos subia, movimento acompanhado pelo dólar. O bitcoin registrava perdas depois de esboçar, ontem, um reação ante a queda a níveis abaixo dos US$ 33 mil.
Estes são os fatores de incerteza nos mercados
🏦 O banco central norte-americano inicia hoje a reunião que deve definir as bases de uma elevação nas taxas a partir de março. Também deve confirmar a redução de seu balanço patrimonial ainda este ano. A perspectiva de um ciclo de alta do custo do dinheiro e a possibilidade de que o Fed não faça mais a rolagem das dívidas vincendas sacodem os mercados.
🪖 Também turva o cenário o risco de um confronto bélico iminente. A Rússia não dá mostras de ceder, os Estados Unidos ordenaram que os familiares de diplomatas abandonem a Ucrânia e o Pentágono colocou 8.500 soldados em alerta para reforços perto do país.
📊 Indicadores macroeconômicos - como índices de confiança do consumidor e de inflação - e importantes balanços corporativos também serão acompanhados de perto pelos investidores.
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🟢 As bolsas ontem: Dow (+0,39%), S&P 500 (+0,28%), Nasdaq (+0,63%), Stoxx 600 (-3,81%), Ibovespa (-0,92%)
A jornada de ontem foi bastante nervosa, com uma reviravolta de último momento das bolsas norte-americanas, que acabaram revertendo as perdas amargadas durante o dia – o Nasdaq chegou a cair 4,90% no momento de maior tensão. Na Europa, as bolsas não tiveram a mesma sorte. A reunião de política monetária do Fed, que começa hoje e termina amanhã, e as tensões geopolíticas envolvendo Rússia e Ucrânia nortearam os negócios.
Na agenda
- 📌 O FMI lança a atualização de suas Perspectivas Econômicas Mundiais
- Índice Ifo de Clima de Negócios - Alemanha (jan)
- CPI da Austrália - Brasil: Confiança do Consumidor FGV (jan)
- EUA: Índice de Preços de Imóveis (nov), Índice Redbook
- Balanços: Microsoft, General Electric, Moderna, Texas Instruments, Johnson & Johnson, American Express
Quarta-feira, 26
- 📌 Decisão de juros do Federal Reserve e entrevista coletiva do presidente Jerome Powell
- Decisão da taxa de juros do Banco do Canadá
- Relatório de estoque de petróleo bruto da EIA
- Balanços: Tesla, Abbott Laboratories, Intel, AT&T, Boeing
- Brasil: IPCA-15
Quinta-feira, 27
- EUA: Dados de crescimento do PIB no quarto trimestre, além de pedidos iniciais de seguro-desemprego e bens duráveis
- Balanços: Apple, Visa, Mastercard, Comcast, McDonald’s, SAP, Samsung Electronics
Sexta-feira, 28
- EUA: Renda do consumidor, sentimento do consumidor da Universidade de Michigan
- Balanços: Chevron, Caterpillar
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-- Com informações de Bloomberg News