Mercados europeus tentam correção e cautela dita o rumo nos EUA

Bolsas europeias recuperam parte das perdas de ontem, quando o Stoxx 600 teve a pior queda diária desde junho de 2020; Futuros de índices recuam nos EUA

As variáveis que orientarão os mercados
25 de Janeiro, 2022 | 09:02 AM

Barcelona, Espanha — A prudência segue marcando a pauta dos mercados. No front, permanecem as mesmas dúvidas que corroeram os mercados nas últimas sessões: as decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed) e a escalada das tensões geopolíticas. Na Europa, as bolsas recuperam parte da sangria de ontem, quando o Stoxx 600 terminou com a pior rentabilidade diária desde junho de 2020. Nos Estados Unidos, que ontem tiveram um giro de último momento e conseguiram fechar em alta, os futuros de índices retrocedem.

No mercado norte-americano, as ações da International Business Machines Corp. (IBM) subiam nas operações prévias à abertura das bolsas depois de anunciar o maior crescimento de vendas em 10 anos. Na Europa, a renda variável corrigia a forte queda de ontem graças à melhora do lucro de empresas como a Ericsson AB.

O aumento da volatilidade é um fator-chave. O índice de volatilidade da Cboe, conhecido como VIX, subiu pela sexta sessão nesta terça-feira, depois de ontem saltar brevemente intraday para o mais alto desde outubro de 2020. O rendimento dos Tesouros de 10 anos subia, movimento acompanhado pelo dólar. O bitcoin registrava perdas depois de esboçar, ontem, um reação ante a queda a níveis abaixo dos US$ 33 mil.

Estes são os fatores de incerteza nos mercados

🏦 O banco central norte-americano inicia hoje a reunião que deve definir as bases de uma elevação nas taxas a partir de março. Também deve confirmar a redução de seu balanço patrimonial ainda este ano. A perspectiva de um ciclo de alta do custo do dinheiro e a possibilidade de que o Fed não faça mais a rolagem das dívidas vincendas sacodem os mercados.

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🪖 Também turva o cenário o risco de um confronto bélico iminente. A Rússia não dá mostras de ceder, os Estados Unidos ordenaram que os familiares de diplomatas abandonem a Ucrânia e o Pentágono colocou 8.500 soldados em alerta para reforços perto do país.

📊 Indicadores macroeconômicos - como índices de confiança do consumidor e de inflação - e importantes balanços corporativos também serão acompanhados de perto pelos investidores.

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Política monetária do Fed, tensões geopolíticas, indicadores macro e balanços orientam os mercados

🟢 As bolsas ontem: Dow (+0,39%), S&P 500 (+0,28%), Nasdaq (+0,63%), Stoxx 600 (-3,81%), Ibovespa (-0,92%)

A jornada de ontem foi bastante nervosa, com uma reviravolta de último momento das bolsas norte-americanas, que acabaram revertendo as perdas amargadas durante o dia – o Nasdaq chegou a cair 4,90% no momento de maior tensão. Na Europa, as bolsas não tiveram a mesma sorte. A reunião de política monetária do Fed, que começa hoje e termina amanhã, e as tensões geopolíticas envolvendo Rússia e Ucrânia nortearam os negócios.

Na agenda

  • 📌 O FMI lança a atualização de suas Perspectivas Econômicas Mundiais
  • Índice Ifo de Clima de Negócios - Alemanha (jan)
  • CPI da Austrália - Brasil: Confiança do Consumidor FGV (jan)
  • EUA: Índice de Preços de Imóveis (nov), Índice Redbook
  • Balanços: Microsoft, General Electric, Moderna, Texas Instruments, Johnson & Johnson, American Express

Quarta-feira, 26

  • 📌 Decisão de juros do Federal Reserve e entrevista coletiva do presidente Jerome Powell
  • Decisão da taxa de juros do Banco do Canadá
  • Relatório de estoque de petróleo bruto da EIA
  • Balanços: Tesla, Abbott Laboratories, Intel, AT&T, Boeing
  • Brasil: IPCA-15

Quinta-feira, 27

  • EUA: Dados de crescimento do PIB no quarto trimestre, além de pedidos iniciais de seguro-desemprego e bens duráveis
  • Balanços: Apple, Visa, Mastercard, Comcast, McDonald’s, SAP, Samsung Electronics

Sexta-feira, 28

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  • EUA: Renda do consumidor, sentimento do consumidor da Universidade de Michigan
  • Balanços: Chevron, Caterpillar

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-- Com informações de Bloomberg News

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.