São Paulo — A rede de hamburguerias Madero é a nova companhia a desistir de realizar oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), elevando para 12 o número de pedidos de registro de abertura de capital cancelados pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
A rede de restaurantes com sede no Paraná havia pedido o registro de companhia aberta em agosto do ano passado. A operação era vista como crucial para a sobrevivência do grupo diante de uma dívida crescente. A companhia queria ser avaliada em R$ 7 bilhões no IPO, que seria coordenado pelo BTG.
Confira a lista de desistências de IPO neste ano, segundo site da CVM
- Madero (24/1)
- ISH Tech (24/1)
- Cantu Store (18/1)
- Coty (17/1)
- Fulwood (18/1)
- Cencosud (14/1)
- Claranet (13/1)
- Vero (10/1)
- Monte Rodovias (6/1)
- Ammo Varejo (6/1)
- Dori Alimentos (6/1)
- Environmental ESG (6/1)
Em 2021, o Brasil realizou 46 IPOs, que movimentaram R$ 63,6 bilhões, segundo a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). O volume foi 46,9% maior do o registrado em 2020 (R$ 43,5 bilhões). Já os follow-ons (emissões subsequentes à inicial) totalizaram R$ 64,5 milhões em 26 operações no ano passado.
“O índice Ibovespa é notório por ser muito concentrado em poucos setores, como setor financeiro e de commodities. Já os IPOs foram feitos em setores pouco representados no índice Ibovespa, como o setor de varejo, tecnologia, saúde, entre outros. Vemos esse fator como bastante positivo por aumentar o leque de opções de investimento para os investidores”, analisou um relatório da XP sobre o volume recorde de IPOs em 2021 (em número de operações, o recorde de 2017, de 64 novas companhias abertas, não foi superado no ano passado).
Considerando o total de ofertas de ações no ano (R$ 128,1 bilhões), os fundos de investimentos ficaram com a maior parte do valor levantado (48,4%), seguidos pelos investidores estrangeiros (35,5%), demais investidores institucionais (8,4%) e pelas pessoas físicas (6,7%), informou a Anbima.
A piora das condições macroeconômicas, de maior aversão ao risco, em um cenário de incertezas, é apontada como o principal motivo para o fechamento da janela dos IPOs. A maior seletividade dos investidores em comprar papéis de empresas estreantes no pregão começou no segundo semestre do ano passado, quando se disseminaram preocupações com inflação, juros, variantes da covid e disputa presidencial no Brasil em outubro de 2022.
Veja quem abriu capital em 2021, em que dia e qual o ticker da ação:
26/1- HBR Realty (HBRE3)
29/1- Vamos (VAMO3)
1/2- Espaçolaser (ESPA3)
4/2- Intelbras (INTB3)
5/2- Mosaico (MOSI3)
5/2- Mobly (MBLY3)
8/2- Focus Energia (POWE3)
8/2- Jalles Machado (JALL3)
10/2- Bemobi (BMOB3)
11/2- Cruzeiro do Sul Educacional (CSED3)
11/2- Westwing (WEST3)
12/2- OceanPact (OPCT3)
17/2- Orizon (ORVR3)
17/2- Eletromidia (ELMD3)
18/2- CSN Mineração (CMIN3)
12/4- Allied (ALLD3)
16/4- Mater Dei (MATD3)
19/4- Blau (BLAU3)
26/4- Grupo GPS (GGPS3)
29/4- Caixa Seguridade (CXSE3)
29/4- Boa Safra (SOJA3)
30/4- Modalmais (MODL11)
4/5- Infracommerce (IFCM3)
5/5- PetroRecôncavo (RECV3)
17/5- GetNinjas (NINJ3)
17/5- G2D Investments (G2DI33)
31/5- Dotz (DOTZ3)
21/6- BR Partners (BRBI11)
12/7- 3tentos (TTEN3)
14/7- Smart Fit (SMFT3)
15/7- CBA (CBAV3)
21/7- Desktop (DESK3)
22/7- Multilaser (MLAS3)
26/7- WDC (LVTC3)
26/7- AgroGalaxy (AGXY3)
27/7- Unifique (FIQE3)
28/7- TC (TRAD3)
28/7- Armac (ARML3)
29/7- Brisanet (BRIT3)
30/7- ClearSale (CLSA3)
5/8- Raízen (RAIZ4)
9/8- Viveo (VVEO3)
10/8- Oncoclínicas (ONCO3)
13/8- Kora Saúde (KRSA3)
2/9- Grupo Vittia (VITT3)
9/12- Nubank (NUBR33)
Leia também
Nord Research: Não há motivos para entrar no IPO da Creditas