Bloomberg — Abigail Disney, herdeira da fortuna da Walt Disney e defensora da igualdade de renda, disse que um êxodo de consumidores de empresas que não tratam bem os trabalhadores - incluindo os parques temáticos da Disney (DIS)- é uma forma fundamental de pressionar para a mudança.
“Este é um problema da Amazon (AMZN), um problema do Walmart (WMT) e um problema do McDonald’s (MCD)”, disse ela durante uma sessão de perguntas e respostas online depois de exibir seu documentário no Sundance Film Festival, na noite de segunda-feira (24). “Você tem o poder supremo, mais poder do que qualquer CEO, como consumidor, de não gastar seu dinheiro com empresas que estão fazendo errado e gastá-lo em empresas que estão fazendo certo.”
Abigail Disney, cujo avô foi cofundador da empresa e irmão de Walt, coproduziu o filme “O sonho americano e outros contos de fadas”, que acompanha a vida de vários trabalhadores de parques temáticos, bem como sua própria progressão no ativismo corporativo. Ela tem criticado as condições de trabalho e os baixos salários na Disney, tendo criticado certa vez a remuneração do ex-CEO, Bob Iger, como “insana”.
O documentário observa que quando seu avô Roy O. Disney era CEO em 1967, ele ganhava cerca de 75 vezes o salário do trabalhador mais mal pago, e os funcionários da Disneylândia nas décadas de 1950 e 1960 podiam sustentar suas famílias, comprar carros e casas com seus rendimentos.
Os atuais trabalhadores retratados no filme moram com os pais e recebem mantimentos em bancos de alimentos. Em 2018, Iger ganhou mais de 1.400 vezes o salário médio de um funcionário. Negociações recentes permitirão que os trabalhadores de seu maior sindicato na Califórnia ganhem US$ 18 por hora até 2023.
A empresa disse em comunicado que oferece salários e benefícios de nível básico, como cobertura médica acessível, ensino superior gratuito e assistência infantil subsidiada. “O bem-estar e as aspirações de nossos funcionários e elenco sempre serão nossa principal prioridade”, afirmou.
Abigail Disney disse que a empresa tem sido “tão abusiva e exploradora de seus clientes” quanto de seus funcionários nos últimos anos, “elevando os preços a níveis ridículos e cobrando quantias inacreditáveis por hambúrgueres e outros produtos e acabando com os serviços”.
“Não gaste seu dinheiro com empresas que estão explorando as pessoas”, disse ela. “Você realmente não precisa fazer uma viagem se sentir que não é um reflexo de seus valores.”
A ativista disse que o PayPal, a Best Buy e o Costco são exemplos de empresas que estão “no caminho para melhorar as coisas”.
“Acho que há uma afinidade natural entre clientes e trabalhadores e eles precisam ter uma causa comum para mudar as empresas”, disse ela.
– Esta notícia foi traduzida por Marcelle Castro, Localization Specialist da Bloomberg Línea.
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