Ibovespa cai 1,7% e dólar volta a R$ 5,50 com onda vendedora externa

Investidores mantêm o pé no freio, como já era visto na semana passada, e a preferência pela aversão ao risco no início do pregão desta segunda

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Bloomberg Línea — Os mercados brasileiros de ações, câmbio e juros seguem o pessimismo internacional. O Ibovespa tinha baixa de 1,5% e o dólar voltava para R$ 5,50, com alta de quase 1%, pouco depois das 12h40.

A semana inicia com todas as atenções dos mercados globais voltadas para a reunião de política monetária do banco central americano na quarta-feira (26). Com isso, os investidores mantêm o pé no freio, como já era visto na semana passada, e a preferência pela aversão ao risco no início do pregão desta segunda (24).

Economistas do Goldman Sachs (GS) disseram ver um risco de o Federal Reserve apertar a política monetária de forma mais agressiva do que as quatro altas de juros que o banco de Wall Street agora antecipa. O calendário de balanços da semana também está no radar, com nomes fortes como Apple (AAPL), Boeing (BA), GE (GE), 3M (MMM), Deutsche Bank (DB), Microsoft (MSFT), Samsung e Tesla (TSLA);

Na cena doméstica, além de seguir o humor externo, o mercado também digere o Relatório Focus desta manhã, que trouxe um aumento na expectativa de inflação para o ano, dos 5,09% da última semana para 5,15%.

Veja mais: Focus: economistas esperam inflação chegue a 5,15% em 2022

  • Perto das 12h40, o Ibovespa (IBOV) caía 1,45%, a 107.364 pontos;
  • Locaweb (LWSA3), Banco Pan (BPAN4) e Méliuz (CASH3) eram os maiores recuos do índice;
  • O dólar subia 0,97%, a R$ 5,501, com a busca global por proteção. Já os vencimentos dos juros recuavam. O DI para janeiro de 2023 caía de 11,875% para 11,855%;
  • Nos EUA, o Dow Jones caía 1,5%, do S&P 500, 2,2%, e do Nasdaq 100, 2,4%.

Contexto

O comitê de mercado aberto do Federal Reserve decide o rumo da política monetária nesta quarta-feira (26), e a expectativa do mercado é de que anuncie um aumento das taxas de juros para março. Isso marca o primeiro aumento em mais de três anos. O Fed também deve passar a reduzir o balanço patrimonial da instituição logo em seguida.

A maioria dos 45 economistas participantes da pesquisa acredita que o Fed usará o encontro dos dias 25 e 26 de janeiro para comunicar um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa de referência para combater as pressões inflacionárias. Dois deles esperam um acréscimo mais substancial, de 0,50 ponto, que seria o maior desde 2000.

Os economistas, sondados entre 14 e 19 de janeiro, estavam divididos nas apostas entre três e quatro aumentos de juros em 2022, em resposta ao fortalecimento do mercado de trabalho e à maior inflação em quase quatro décadas.