Variante mais leve reduz estimativa de vendas de vacinas contra a covid

Vendas devem aumentar para cerca de US$ 85 bilhões em 2022, uma queda de cerca de 28% em comparação com outras projeções

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Bloomberg — As evidências de que a ômicron causa doenças menos graves do que as variantes anteriores da covid-19 provavelmente reduzirão o crescimento nas vendas de vacinas este ano, à medida que os países mais ricos controlam as compras, segundo a Airfinity.

As vendas de vacinas contra a covid, excluindo as da China e da Índia, aumentarão para cerca de US$ 85 bilhões em 2022, uma queda de cerca de 28% em relação a uma estimativa anterior de US$ 118 bilhões, disse a Airfinity, com sede em Londres, na sexta-feira (21). A revisão também se deve a preços mais baixos pagos por nações mais pobres que finalmente estão obtendo injeções, disse a empresa de análise.

A ômicron se espalhou rapidamente pelo mundo, mas parece menos provável de causar hospitalizações e mortes do que predecessores como a delta, que a nova variante deslocou em apenas algumas semanas. Embora os especialistas em saúde alertem que a crise global não acabou e que riscos significativos permanecem, o otimismo para um alívio da pandemia provavelmente limitará as compras de vacinas dos países mais ricos, disse a Airfinity em comunicado.

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A demanda por doses ainda está aumentando, e os programas de reforço em países de alta renda serão um dos principais impulsionadores, de acordo com a Airfinity, que estima que as vendas aumentarão quase 30% em 2022, de cerca de US$ 66 bilhões no ano passado. Em entrevista à Bloomberg TV na semana passada, o CEO da Moderna (MRNA), Stephane Bancel, disse esperar que outra injeção de reforço da covid seja necessária no outono.

A Moderna pode registrar cerca de US$ 26 bilhões em vendas este ano, enquanto a Pfizer (PFE) e a parceira alemã BioNTech podem faturar cerca de US$ 43 bilhões, estima a Airfinity. A AstraZeneca (AZN) deve gerar US$ 4,3 bilhões em receita com vacinas, disse a Airfinity.

O que a Bloomberg Intelligence diz:

A maior questão para a Moderna é como a realidade do escape imunológico da ômicron afeta a necessidade de doses de reforço. Com a menor gravidade da onda, outros reforços só podem ser usados em pessoas com mais de 50 ou 60 anos.

-- Sam Fazeli, analista sênior da indústria farmacêutica da BI

Essas estimativas diferem daquelas das próprias farmacêuticas. A Pfizer previu US$ 31 bilhões em vendas de vacinas contra a covid em 2022. A Moderna disse em 10 de janeiro que espera vendas de vacinas de US$ 18,5 bilhões, juntamente com um potencial de US$ 3,5 bilhões de reforços e outras compras. A Airfinity levou em consideração os contratos existentes, de acordo com Matt Linley, analista líder, e suas estimativas se aplicam principalmente a como fatores como a gravidade da ômicron afetarão compras adicionais este ano.

Muitas pessoas em países de baixa e média renda permanecem não vacinadas, mantendo a demanda alta em algumas regiões. Enquanto dois terços das pessoas em países ricos receberam pelo menos uma dose na semana passada, apenas 11% em países de baixa renda receberam.

Autoridades de saúde e cientistas disseram que é muito cedo para dizer se a covid está mudando para se tornar uma doença persistente e endêmica como a gripe, acrescentando que as variantes continuam a representar um risco. Não há garantia de que o vírus continuará tendendo a doenças menos graves, e grandes fundações de saúde estão financiando esforços para ajudar a se preparar para variantes emergentes.

No entanto, a ômicron pode esfriar a demanda em países mais ricos, enquanto as doses são vendidas a preços reduzidos em regiões mais pobres. Os países que são capazes de fornecer quartas doses provavelmente se concentrarão em grupos mais vulneráveis e não na população em geral, disse Linley.

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