Bloomberg — Os metais básicos subiram, com o níquel chegando a US$ 24 mil por tonelada pela primeira vez em mais de uma década, e o estanho atingiu um novo recorde com os problemas na oferta e a flexibilização monetária da China.
A oferta de metais tem diminuído com a recuperação da pandemia em todo o mundo. Todos os principais contratos da London Metal Exchange estão em backwardation – uma condição na qual os preços para entrega em dinheiro são mais altos que os futuros – sinalizando restrições de oferta. O mercado de níquel atingiu seu nível (MNK) mais apertado desde 2007 após uma queda nos estoques, o que levou a um monitoramento mais próximo da bolsa.
As ofertas de níquel da LME ficaram inalteradas nesta quinta-feira (20) após queda de 56 dias consecutivos.
Os ganhos do níquel em dois dias chegaram a mais de 10% quando os credores chineses reduziram os custos dos empréstimos pelo segundo mês consecutivo depois que o banco central cortou as taxas básicas de empréstimo e prometeu mais flexibilização para estimular a economia. O setor imobiliário do país – um pilar da demanda por metais – estava sob pressão do aperto das condições de crédito. As tensões na Ucrânia também aumentam o potencial de interrupções nas exportações da Rússia – importante produtor de níquel – disse o Morgan Stanley (MS).
“Além da última flexibilização de liquidez da China, a oferta extremamente apertada de metais é um dos principais impulsionadores do rally”, disse Wang Yue, analista da Shanghai East Asia Futures. No caso do níquel, “a demanda por baterias de veículos elétricos está tão alta que a oferta imediata não consegue acompanhar”, disse ele.
A produção na planta de processamento de níquel Tagaung Taung, apoiada pela China e localizada na região de Sagaing, em Mianmar, foi interrompida este mês depois de um corte de eletricidade, disse a pesquisadora Shanghai Metals Market, citando um relatório da revista The Irrawaddy. A unidade produz 85 mil toneladas de ferroníquel por ano e é a maior do país, segundo o relatório.
O níquel subia 5,5%, chegando a US$ 24.435 na LME, o maior salto desde agosto de 2011; a commodity antes era negociada a US$ 23.505 às 10h47, horário de Londres (7h47, horário de Brasília). Os futuros na China subiram dentro do limite diário.
Os futuros de cobre da LME subiam 1,1%, ao passo que o estanho subia até 3%, batendo um recorde.
--Com a colaboração de Eddie Spence.
--Esta notícia foi traduzida por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.
Veja mais em Bloomberg.com
Leia também
- Mercados ponderam balanços e efeitos da inflação; futuros sobem nos EUA
- Petróleo cai da alta de 7 anos com Biden se comprometendo com preços
© 2022 Bloomberg L.P.