Bloomberg — As instituições financeiras da China reduziram os custos dos empréstimos pelo segundo mês consecutivo, após o banco central cortar o juro de referência e prometer mais medidas de flexibilização para estabilizar a economia.
A taxa cobrada dos melhores clientes em empréstimos de um ano foi reduzida em 0,10 ponto percentual para 3,7% nesta quinta-feira, dentro das previsões de economistas sondados pela Bloomberg. A taxa de cinco anos, referência para financiamentos de longo prazo como o crédito imobiliário, recuou 0,05 ponto para 4,6%, uma diminuição menor do que os economistas esperavam.
Essas taxas se baseiam nas cotações que 18 instituições financeiras oferecem a seus melhores clientes e são apresentadas ao banco central. A taxa de um ano geralmente se movimenta junto com a taxa básica de juros, que o banco central baixou em 0,10 ponto percentual na segunda-feira, marcando a primeira redução em quase dois anos.
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A campanha governamental de contenção do mercado imobiliário no ano passado abalou a economia chinesa e os mercados financeiros, levando o banco central a adotar uma postura de flexibilização, com cortes de juros e promessas de utilizar mais ferramentas de apoio. A redução menor do que o esperado na taxa de empréstimo de cinco anos sugere que as autoridades ainda estão cautelosas em relação ao mercado imobiliário.
“Um corte menor, na minha opinião, sinaliza que as autoridades não têm pressa de relaxar as medidas de financiamento imobiliário”, disse Hao Zhou, economista sênior para mercados emergentes do Commerzbank. “A política para o mercado imobiliário ainda está no centro das atenções e a hesitação das autoridades indica que as preocupações com as dívidas permanecem.”
O que diz David Qu, economista para China da Bloomberg Economics:
O banco central está apenas começando. Cortes adicionais na taxa básica de juros vão empurrar os custos de captação para baixo este ano, enquanto as autoridades agem para combater a desaceleração do crescimento econômico e restaurar alguma estabilidade ao combalido setor imobiliário.
A queda menos acentuada na taxa de empréstimo de cinco anos em relação à taxa de um ano observada ao longo dos últimos dois meses pode refletir a intenção das autoridades de não inflacionar os preços das residências, diz.
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