Bloomberg — A Richemont (CFR) teve o mais rápido crescimento nas vendas de fim de ano em pelo menos uma década, e o Burberry Group (BRBY) prevê um crescimento de 35% nos lucros neste ano, sinalizando que o mercado de artigos de luxo está prosperando novamente.
A Richemont informou que a receita subiu 32% em moeda constantes no último trimestre, superando os níveis pré-pandemia, à medida que os consumidores esbanjavam joias Cartier e roupas da Chloe. A Burberry tem um caminho um pouco mais longo a percorrer para voltar aos níveis de 2019, embora tenha dito que as vendas aceleraram já que a fabricante britânica de trench coats vendeu mais produtos a preços cheios.
A demanda por jóias, relógios e itens de moda está se recuperando com o aumento das taxas de vacinação em todo o mundo permitindo que as pessoas se encontrem e viagem mais. A Prada disse na terça-feira (18) que suas vendas se recuperaram para níveis acima dos de antes da pandemia de coronavírus.
As ações da Richemont subiram 5,1%, enquanto as da Burberry tiveram ganho de 6,3%.
A joalheria foi a unidade de melhor desempenho da Richemont, embora moda, acessórios e artigos de couro também tenham melhorado, um sinal de que os esforços de recuperação vêm ganhando força em marcas como Chloe e Montblanc.
Embora as vendas da empresa suíça na Ásia-Pacífico tenham superado as estimativas, os investidores podem se surpreender com o aumento na China, um mercado-chave para o luxo, que foi de apenas 7%. A receita nesse mercado subiu 80% no mesmo período do ano anterior.
A China foi o primeiro mercado a se recuperar na indústria de bens de luxo, então pode se tratar de um certo efeito de calendário. No entanto, os recentes lockdowns, com sua estratégia de zero Covid, devem pesar no consumo.
Período de transição
As vendas de lojas comparáveis à Burberry cresceram 7% nos três meses até o Natal, superando as estimativas dos analistas. Agasalhos e artigos de couro tiveram bom desempenho, pois a marca disse que atraiu consumidores mais jovens. A empresa do Reino Unido está passando por um período de transição com o novo CEO, Jonathan Akeroyd, que se prepara para assumir o comando em 1º de abril.
O antecessor de Akeroyd, Marco Gobbetti, procurou tornar a Burberry mais premium reduzindo a distribuição de terceiros, bem como descontos, para vender suas bolsas Olympia e lenços xadrez a preços integrais. Essas vendas continuaram a crescer na porcentagem de dois dígitos em relação a dois anos atrás.
A diretora financeira, Julie Brown, disse que a região das Américas teve um desempenho “destaque”, impulsionado por clientes do sexo masculino e pela demanda por tênis e agasalhos. As vendas comparáveis a preço total na região foram 72% maiores do que no período de 2019.
A Burberry disse que as vendas de outros pares na Ásia-Pacífico ficaram estáveis durante o período em comparação com dois anos atrás.
– Esta notícia foi traduzida por Marcelle Castro, Localization Specialist da Bloomberg Línea.
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