Bloomberg Línea — Seja para se entreter, se relacionar, comunicar, ou até mesmo ler notícias, as redes sociais são, para muitas pessoas, o ponto de partida para tudo o que será feito ao longo do dia. Nesse sentido, comprar e vender dentro das redes sociais passará a ser um hábito muito mais frequente do que se imagina nos próximos anos.
O chamado ‘social commerce’, que envolve a experiência do momento em que um produto é descoberto até o check-out da compra dentro de uma rede social, é um dos segmentos que mais tem se desenvolvido dentro de todas as plataformas sociais.
Uma recente pesquisa da Accenture (ACN) revela que o comércio dentro das redes sociais irá crescer quase duas vezes e meia nos próximos três anos e passará dos atuais US$ 492 bilhões para US$ 1,2 trilhão em 2026. O valor ainda pode ser considerado baixo, mas já representa 16,7% dos US$ 7 trilhões que o comércio eletrônico tradicional movimenta no mundo anualmente. Além disso, o ‘social commerce’ crescerá três vezes mais rápido que o comércio eletrônico tradicional.
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- 3,5 bilhões de pessoas usam pelo menos uma rede social
- Em média, as pessoas passam de duas a quatro horas por dia dentro das plataformas
- As redes sociais ganharam mais de 300 milhões de usuários entre 2019 e 2020
A China continuará sendo o mercado mais avançado, tanto em tamanho quanto em maturidade, mas o maior crescimento será observado em mercados em desenvolvimento, como Índia e Brasil. Por aqui, é possível que o e-commerce seja superado pelo ‘s-commerce’ por permitir uma maior participação de todos os espectros da sociedade no comércio digital. Já nos Estados Unidos, o comércio social mais do que dobrará, atingindo US$ 99 bilhões até 2025, com as maiores oportunidades em vestuário, produtos eletrônicos e decoração de casa.
“A fim de entender o comércio social, criadores, revendedores e marcas terão que levar seus produtos e serviços até o consumidor, não mais o contrário. Isso significa trabalhar lado a lado em um ecossistema dinâmico de plataformas, marketplaces, redes sociais e influenciadores a fim de compartilhar dados, insights e capacidades, entregando os incentivos certos e a melhor experiência do consumidor em um marketplace digital integrado”, afirma Oliver Wright, diretor e líder da prática global de Consumer Goods na Accenture.
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Para a consultoria, o número se sustenta pela autenticidade e confiança que as conexões sociais proporcionam e que passarão a ser ainda mais exploradas nos negócios dentro de cada rede. Na leitura da Accenture, as plataformas combinam experiências sociais e transações do comércio eletrônico tradicional por meio de um único caminho de compra, tudo ativado em uma única rede.
Atualmente, a China lidera esse tipo de comércio. Fora do país asiático, a rede americana de vestuário Express está capacitando influencers e clientes regulares para se tornarem “editores de estilo”, configurando vitrines das lojas e sendo recompensados por atrair novos clientes e impulsionar vendas. Além disso, a Nike criou um aplicativo de rede social próprio que vai reunir conteúdo sobre esporte e estilo e também produções dos usuários da geração Z. Nesse ambiente de troca e interação a marca permitirá que compras sejam feitas diretamente dentro do app.
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Efeitos da pandemia
Uma outra pesquisa da Accenture, divulgada no fim do ano passado, mostra que a pandemia forçou as pessoas a adaptar a forma com que se relacionam e se conectam com parentes, amigos e no trabalho.
Os dados mostram que 63% dos entrevistados disseram se sentir conectados com amigos e familiares, mesmo que virtualmente. Além disso, 42% disseram se sentir conectados a experiências virtuais. Outros 49% disseram que as relações virtuais permitiram que suas comunidades encontrassem novas maneiras de apoiar umas às outras e 62% disseram que a nova forma de conexão permitiu uma aproximação ainda maior de amigos e familiares.