São Paulo — A Petrobras (PETR4) indicou, nesta quarta-feira (19), que está prestes a anunciar a venda do Polo Potiguar até o fim deste mês. A 3R Petroleum (RRRP3), terceira maior produtora de petróleo e gás terrestre do país (atrás apenas da Petrobras e da Eneva), apresentou a melhor proposta, em valor superior a US$ 1 bilhão, diz a estatal em comunicado.
O Polo Potiguar é um conjunto de 22 concessões de campos de produção terrestres e de águas rasas, incluindo a refinaria Clara Camarão e o Terminal de Guamaré, ambos no Rio Grande do Norte.
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“A celebração da transação dependerá das aprovações corporativas necessárias, incluindo deliberação da diretoria executiva e conselho de administração da Petrobras. A expectativa é de que a transação seja submetida à apreciação dos referidos órgãos corporativos ainda em janeiro”, afirma a estatal.
Quando confirmou ter entrado na fase de negociação com a Petrobras, a 3R disse que a potencial aquisição está alinhada à estratégia de geração de valor aos seus investidores, por meio de aquisições de campos maduros que apresentem potencial de incremento de produção e reservas, bem como sinergias com o portfólio atual da companhia.
Caso concretizado, o negócio ocorre em um momento em que especialistas projetam o barril do petróleo na casa de US$ 100, algo inédito desde 2014, com a disparada da demanda.
Desinvestimento
Em 2021, o plano de desinvestimento da Petrobras avançou com a venda de diversos ativos. A companhia informou uma entrada no caixa da companhia de aproximadamente US$ 4,8 bilhões até 7 de dezembro. Estes recursos são fruto da assinatura de venda de 17 de ativos e da conclusão de 14 processos de desinvestimento ao longo do ano passado.
No ano passado, houve a conclusão da venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, por US$ 1,8 bilhão (cerca de R$ 10 bilhões), para o fundo Mubadala. Também em 2021 foram assinados os contratos de venda da Refinaria Isaac Sabbá (REMAN), no Amazonas, e da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), no Paraná.
Segundo comunicado da estatal divulgado no último dia 15 de dezembro, seguem em andamento os processos visando a assinatura do contrato de venda da Refinaria Gabriel Passos (REGAP), em Minas Gerais, e da Lubrificantes e Derivados do Nordeste (LUBNOR), no Ceará.
Entre os ativos de exploração e produção, alguns dos movimentos da Petrobras em 2021 foram as conclusões da venda de campos em terra e águas rasas, como os polos Miranga e Rio Ventura, na Bahia, e Rabo Branco e Do-Re-Mi, em Sergipe. Houve ainda o avanço nos processos para desinvestimento nos campos de Albacora e Albacora Leste, em fase vinculante, e no campo de Papa-Terra, com contrato de venda assinado, ambos no Rio de Janeiro.
Outras operações de ativos fechadas no ano passado foram a oferta pública de ações da BR Distribuidora, que resultou em US$ 2,2 bilhões, a assinatura da venda da Gaspetro e a conclusão da venda dos 10% remanescentes da NTS.
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Em seu Plano Estratégico 2022-2026, estão previstos US$ 6,1 bilhões em investimentos no refino nos próximos cinco anos. Serão implantados projetos para posicionar a companhia entre os melhores refinadores do mundo, em termos de eficiência e desempenho operacional, com produtos de maior valor agregado e menor emissão de carbono.
Um dos projetos previstos é ampliar a capacidade de produção, especialmente de derivados de alta qualidade, como o diesel S-10. O Plano Estratégico inclui três grandes projetos de expansão: a conclusão da segunda unidade (trem) da Refinaria Abreu e Lima – Rnest, que vai elevar a capacidade de produção de diesel S-10 em 95 mil barris por dia; a integração entre a Refinaria Duque de Caxias (Reduc) e o GasLub Itaboraí, com capacidade adicional de 93 mil barris por dia de diesel S-10 e querosene de aviação (QAV) e 12 mil barris por dia de lubrificantes de maior qualidade; uma nova unidade de hidrotratamento na Replan.
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