Ômicron é mais perigosa para crianças, segundo pesquisa

Taxa de admissão de crianças menores de quatro anos foi 49% maior durante a onda ômicron do que para delta na África do Sul

Resultados podem ser distorcidos pelo fato de que até o início de novembro as crianças entre 12 e 17 anos não podiam receber vacinas de covid-19 na África do Sul
Por Antony Sguazzin
19 de Janeiro, 2022 | 05:10 PM

Bloomberg — A variante ômicron pode ser mais perigosa para crianças do que cepas anteriores de coronavírus, mostrou um estudo de dados de hospitalização de um dos maiores programas de seguro médico da África do Sul.

Dados das 56.164 internações hospitalares relacionadas à covid-19 entre os mais de 2 milhões de beneficiários do Regime Médico de Funcionários do Governo descobriram que a taxa de admissão de crianças menores de quatro anos foi 49% maior durante a onda ômicron do que para delta. Também foi maior do que durante os surtos de infecção causados pelo vírus original e pela variante beta, de acordo com os dados analisados pelo Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis.

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Além disso, as internações foram 25% maiores para aqueles de 4 a 18 anos do que na onda delta, embora menores do que na beta, mostrou.

A tendência entre as crianças contrasta com os dados para adultos, onde a onda da ômicron causou a menor taxa de admissão de qualquer uma das quatro variantes que levaram a grandes surtos de infecção na África do Sul.

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“Pessoas com menos de 18 anos são responsáveis por uma proporção cada vez maior de infecções por Covid-19 identificadas e estão associadas a uma taxa de admissão cada vez mais alta”, disse o Instituto em seu relatório nesta quarta-feira (19). “Isso pode sugerir que os jovens estão sendo mais comumente afetados pela ômicron em contraste com a população adulta”.

Ainda assim, os resultados podem ser distorcidos pelo fato de que até o início de novembro as crianças entre 12 e 17 anos não podiam receber vacinas de covid-19 na África do Sul e aquelas abaixo de 12 anos não são elegíveis para as vacinas, disse o centro de pesquisa. As faixas etárias mais velhas no país são proporcionalmente mais vacinadas do que os adultos mais jovens.

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O estudo também descobriu:

  • A idade média dos que testaram positivo para covid-19 durante a onda ômicron foi de 38,5, em comparação com 40,8 durante a onda delta, 45,6 durante a onda beta e 43 na onda original.
  • Em todas as faixas etárias, apenas 15,4% dos infectados durante a onda ômicron foram ao hospital. Os números correspondentes foram 19,3% para delta, 28,4% para beta e 21,4% para o vírus original.

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