Boomberg — O bilionário de biotecnologia dos Estados Unidos, Patrick Soon-Shiong, lançou uma fábrica que produzirá um bilhão de doses de vacina contra covid-19 por ano na Cidade do Cabo até 2025, o que a tornaria a maior fábrica desse porte na África, e poderia ajudar o continente menos vacinado a enfrentar a pandemia.
A África continuou enfrentando dificuldades para garantir vacinas enquanto os países ricos já estavam vacinando suas populações. Até o momento, apenas 10,1% dos 1,2 bilhão de habitantes da África estão totalmente vacinados. Isso se compara com 62% dos americanos e 72% das pessoas no Reino Unido.
A ImmunityBio, de Soon-Shiong está desenvolvendo uma vacina contra covid-19, cuja expectativa é que seja usada como um reforço universal para doses anteriores, podendo assim ajudar a acabar com a pandemia, visando a proteína do nucleocapsídeo do coronavírus (proteína N), que é menos propensa a mutações do que as proteínas spike (proteína S) que são o alvo de outras vacinas. Seu empreendimento sul-africano surgiu após conversas com Cyril Ramaphosa, presidente do país.
“Queremos fabricar a vacina na África para a África e exportá-la para o mundo”, disse Soon-Shiong, que nasceu na cidade sul-africana de Gqeberha, em entrevista coletiva na quarta-feira (19). “O presidente Ramaphosa disse ‘venha para casa, vamos fazer isso acontecer’.”
A capacidade planejada da planta é o dobro do que Soon-Shiong anunciou que poderia ser alcançado em setembro.
Em maio, Soon-Shiong, que tem um patrimônio líquido de US$ 9,9 bilhões segundo dados compilados pela Bloomberg, disse que doaria inicialmente 3 bilhões de rands (US$ 195 milhões) à África do Sul para ajudar na transferência de novas tecnologias para vacinas e outras terapias para covid-19, além de doenças como câncer, HIV e tuberculose.
A NANTSA, a unidade sul-africana da NantWorks, de Soon-Shiong, foi criada no ano passado.
A empresa construirá uma fábrica e um campus de fabricação de produtos biológicos. Tecnologia, know-how e materiais para plataformas de vacinas adjuvantes e terapia celular envolvendo estudos com DNA, RNA, serão transferidos para a África do Sul, disse o bilionário em setembro.
– Esta notícia foi traduzida por Marcelle Castro, Localization Specialist da Bloomberg Línea.
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