São Paulo — O BTG Pactual (BPAC11) deve enfrentar um 2022 desafiador, especialmente em segmentos importantes como IB (banco de investimento). A avaliação consta de uma nota da dupla de analistas Gustavo Schroden (Bradesco BBI) e Maria Clara Negrão (Ágora Investimentos), enviada aos clientes, sobre as perspectivas de um dos maiores bancos de investimentos da América Latina. Eles reduziram o preço-alvo da unit do BTG Pactual para R$ 25 (de R$ 40), mas mantiveram a recomendação de compra para o papel.
“O crescimento mais fraco do PIB do Brasil e uma taxa Selic de dois dígitos devem impactar as receitas de IB do BTG Pactual e desacelerar seu crescimento de asset e wealth management”, escreveram, em referência ao juro básico da economia, atualmente em 9,25% ao ano, com expectativa de novas elevações para conter a piora das expectativas com a inflação oficial do país (10,06% em 2021).
Ontem, BPAC11 fechou cotada a R$ 19,73. No último pregão de 2021, a unit encerrou a R$ 21.
“Reduzimos nossa estimativa de lucro líquido para 2022 em 16,9% e agora projetamos apenas 1,7% de crescimento este ano. Estamos agora 2,4% abaixo da estimativa de consenso para 2022″, diz a dupla de analistas.
Ao justificar a recomendação de compra para a unit, os especialistas citaram que todos os fatores negativos já foram precificados e que o novo preço-alvo ainda implica em um potencial de valorização relevante de 27%, apesar de um COE (custo de capital) maior de 13,6% (versus 12,6% anteriormente).
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“No entanto, os riscos parecem precificados, já que o BTG Pactual está sendo negociado a 11,5x 2022E P/L, ou 37,5% abaixo de seu pico de 18,5x”, afirmam os analistas.
O BTG Pactual deve divulgar o resultado do quarto trimestre no próximo dia 16 de fevereiro, antes da abertura da B3. No mesmo dia, o banco promove uma teleconferência para comentar os números.
No terceiro trimestre, a instituição financeira lucrou R$ 1,8 bilhão, cravado o segundo trimestre consecutivo de lucro recorde.