Escassez de chip deve comprometer meta anual de produção da Toyota

Montadora número 1 do mundo está reduzindo a produção para 700.000 unidades em fevereiro, cerca de 150.000 unidades abaixo da meta original

Suspensão de produção em oito fábricas no Japão
Por Rio Davis
18 de Janeiro, 2022 | 04:36 PM

Bloomberg — A Toyota revelou que é improvável que atinja sua meta de fabricar 9 milhões de carros neste ano fiscal até março devido à persistente escassez de chips.

A montadora número 1 do mundo está reduzindo a produção para 700.000 unidades em fevereiro, cerca de 150.000 unidades abaixo da meta original para o mês, de acordo com um comunicado na terça-feira (18), que citou uma crise de semicondutores devido à demanda contínua em todos os setores. A Toyota não estabeleceu uma nova meta anual, dizendo apenas que a produção final deve ser menor do que a prevista anteriormente.

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A Toyota já reduziu sua previsão de produção anual em setembro, quando os lockdowns causados pela covid no Sudeste Asiático interromperam sua capacidade de adquirir peças-chave da região.

“Estamos em uma fase de recuperação da produção, mas não conseguimos atingir metas tão altas quanto planejamos anteriormente”, disse Kazunari Kumakura, chefe do grupo de compras da Toyota, na terça-feira. Seria “muito difícil” cumprir a previsão anterior de produção anual nas condições atuais, disse ele.

Mesmo com o corte de fevereiro, a Toyota ainda pretende fabricar cerca de 5% mais veículos no próximo mês do que no ano anterior, quando produziu 668.001. Altos níveis de produção foram planejados para março e o próximo ano fiscal, disse Kumakura.

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“Ainda há riscos e com a covid continuando a se espalhar, as condições são difíceis de prever”, acrescentou.

Recentemente, surgiram sinais de que as cadeias de suprimentos tinham voltado a apiorar. Em meados de dezembro, a câmara de comércio de autopeças do Japão alertou que um número vertiginoso de obstáculos – desde problemas persistentes relacionados a encomendas no Sudeste Asiático à escassez de mão de obra na Costa Oeste dos Estados Unidos – estavam afetando as remessas de peças e materiais.

A divulgação dos números da Toyota sugere que outras montadoras japonesas podem enfrentar paralisações de produção nas próximas semanas. A Toyota suspenderá a produção em oito fábricas no Japão, incluindo a unidade de Tahara na província de Aichi, onde produz modelos Lexus, de 2 a 13 dias em fevereiro.

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“Continuaremos a examinar a situação e consultar todas as empresas envolvidas para considerar o uso de substitutos sempre que possível, antecipando uma escassez contínua” de peças relacionadas a semicondutores, informou a Toyota na terça-feira (18). “Também continuaremos a trabalhar com nossos fornecedores no fortalecimento da cadeia de suprimentos e empenharemos todos os esforços necessários para entregar veículos aos nossos clientes o mais rápido possível”.

Além dos desafios de fornecimento de chips, a abordagem da China de tolerância zero à covid levou a Toyota a interromper o trabalho em sua fábrica em Tianjin na semana passada, outro sinal preocupante para as montadoras globais, já que a variante ômicron começa a se espalhar no maior centro de produção de automóveis do mundo.

As autoridades de Tianjin, que fica a sudeste de Pequim, realizaram várias rodadas de testes em massa nos 14 milhões de habitantes da cidade e impuseram restrições à circulação. Este tipo de medida restritiva está alimentando preocupações mais amplas sobre cadeias de suprimentos que já estão sob tensão para fabricantes que operam na China.

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A estratégia Covid-Zero “terá um impacto mundial, dado o papel que a China ainda desempenha na cadeia global de suprimentos de automóveis”, escreveram analistas da Fitch Solutions em um relatório recente.

A Fitch prevê que a recuperação da produção global de veículos seja adiada para 2023, devido à combinação de escassez de semicondutores, atrasos no envio e lockdowns localizados, especialmente na China.

– Esta notícia foi traduzida por Marcelle Castro, Localization Specialist da Bloomberg Línea.

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