Para JPMorgan, lucros corporativos vão superar expectativas

Apesar de temores sobre a pressão nos custos de insumos, as margens de lucro foram muito fortes no ano passado, com recordes nos EUA e Europa

Bancos de Wall Street inauguraram a temporada de balanços com resultados mistos na semana passada, decepcionando investidores e esfriando expectativas de lucro para este ano
Por Nikos Chrysoloras
17 de Janeiro, 2022 | 04:42 PM

Bloomberg — A temporada de divulgação de balanços das empresas ao redor do mundo surpreenderá os céticos e as previsões apocalípticas mais uma vez, aposta o JPMorgan Chase.

“Seguimos com uma visão muito positiva das perspectivas de lucros para 2022, esperando outro ano de resultados significativamente acima do esperado”, escreveram estrategistas liderados por Mislav Matejka em nota divulgada a clientes nesta segunda-feira (17). “Apesar dos temores de muita gente sobre uma pressão maior nos custos dos insumos, as margens de lucro foram muito fortes ao longo do ano passado, atingindo novos recordes nos EUA e na Europa.”

O olhar otimista destoa dos alertas recentes de que a alta da inflação e dos juros, os gargalos nas cadeias de suprimentos e a desaceleração do crescimento econômico vão atrapalhar as perspectivas das empresas após o robusto crescimento dos lucros no ano passado. Os bancos de Wall Street inauguraram a temporada de balanços com resultados mistos na semana passada, decepcionando investidores e esfriando expectativas de lucro para este ano.

Já Matejka e seus colegas anteveem outro trimestre de surpresas positivas. “Notavelmente, a produção global na indústria de transformação deu um grande salto, o crescimento na Ásia parece ter passado seu pior momento, os estoques começaram a ser reabastecidos e vários gargalos estão sendo amenizados”, escreveram eles, destacando oportunidades de maior alocação de capital em ações dos setores bancário e de mineração.

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O JPMorgan projeta crescimento dos lucros na zona do euro em 2022 “significativamente acima do consenso”, de 20%.

A temporada de balanços do quarto trimestre começa esta semana na Europa, com divulgações da fabricante de semicondutores ASML Holding e do grupo suíço de marcas de luxo Richemont na quarta-feira.

Nem todos os que acompanham o mercado estão tão otimistas.

O aumento dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA cria “um problema para as ações”, reduzindo margens e pesando sobre os múltiplos, escreveram estrategistas do Credit Suisse Group em relatório nesta segunda-feira (17). Para eles, ações de perfil de valor que estão baratas terão desempenho superior. A recomendação do banco suíço é que os investidores aumentem a presença de ações da Europa continental e do mercado financeiro na carteira e ainda não aproveitem a queda das ações de tecnologia para comprar papéis.

O estrategista sênior da Kempen Capital Management, Joost van Leenders, concorda: “Acreditamos que o avanço das ações tem mais probabilidade de persistir na Europa do que nos EUA”, escreveu Leenders em relatório distribuído na segunda-feira.

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