Ômicron pelo correio? China culpa envio internacional por caso em Pequim

Moradores da capital chinesa foram instados a usar máscaras e luvas ao abrir correspondências do exterior e limitar as compras

Pessoa infectada ocasionalmente lidava com correspondência internacional no trabalho
Por Bloomberg News
17 de Janeiro, 2022 | 02:40 PM

Bloomberg — A China está culpando o correio internacional por um caso recente da variante ômicron em Pequim, que foi transmitido localmente.

Os moradores da capital chinesa foram instados a usar máscaras e luvas ao abrir correspondências do exterior e limitar as compras internacionais, enquanto as autoridades tentam descobrir como a Covid-19 se infiltrou em meio a fronteiras fechadas antes dos Jogos Olímpicos de Inverno, que começam no próximo mês.

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A cidade relatou uma infecção local da ômicron. A pessoa não havia saído de Pequim nas duas semanas antes de testar positivo, mas ocasionalmente lidava com correspondência internacional no trabalho, disse a Comissão Municipal de Saúde de Pequim nesta segunda-feira, acrescentando que nenhuma outra pessoa que morava e trabalhava com a paciente testou positivo.

No ano passado, autoridades chinesas e a mídia estatal alegaram que o Covid-19 entrou no país –- e pode até ter se originado -- de alimentos congelados do exterior. As autoridades globais de saúde minimizaram a probabilidade de transmissão dessa forma, com a Organização Mundial da Saúde e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA dizendo que a chance de contrair Covid-19 por meio de alimentos congelados é muito baixa. Em novembro, a China alertou que o vírus pode ser transmitido por embalagens, testando centenas de pacotes de roupas infantis depois que três trabalhadores de uma fábrica de roupas tiveram resultado positivo.

Mais recentemente, amostras retiradas de pacotes e de alguns documentos vindos do correio -- enviados do Canadá em 7 de janeiro e que chegaram a Pequim via EUA e Hong Kong, antes de serem recebidos pela pessoa em 11 de janeiro -- deram positivo para o vírus. O sequenciamento genético mostra que a variante detectada no paciente é diferente da identificada em pacientes infectados pela ômicron em outros lugares da China, mas tem “alta semelhança” com a de viajantes infectados da América do Norte e Singapura em dezembro, de acordo com a comissão municipal de saúde.

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As autoridades de saúde de Pequim disseram que as descobertas mostram que não se pode descartar a possibilidade de a pessoa ser infectada por correspondências vindas do exterior.

As autoridades pediram aos moradores que diminuam as compras de países de alta recorrência de Covid-19 e mantenham uma distância segura ao receber entregas, enquanto alertam sobre os riscos de transmissão elevados durante o inverno.

Shenzhen também disse nesta segunda-feira que uma pessoa que manuseia reagentes congelados importados do exterior teve dor de garganta e testou positivo após contato com encomendas da América do Norte sem uma proteção adequada.

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A preocupação de que correspondência internacional possa estar contaminada também levou o Departamento de Correios do Estado da China a exigir a desinfecção completa de embalagens vindas do exterior e doses de reforço para funcionários e entregadores de correios.

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