Fundos em foco: O erro da Verde; SPX tem melhor ano desde 2017

Investidores se preparam para uma virada no cenário de ampla liquidez global que prevaleceu ao longo dos últimos anos

Cenário macro e técnico no mercado brasileiro seguem prescrevendo cautela “acima da usual”
Por Vinícius Andrade e Caroline Aragaki
15 de Janeiro, 2022 | 12:06 PM

Bloomberg — Alguns dos principais gestores de multimercados no Brasil começaram o ano com uma visão cautelosa para os ativos domésticos, de olho na turbulência trazida pela eleição e na retirada de estímulos pelos bancos centrais.

A Legacy Capital, que projeta uma queda de 1% no Produto Interno Bruto em 2022, disse que o cenário macroeconômico deteriorado e a perspectiva de um período eleitoral “turbulento” justificam exposição direcional reduzida em Brasil. A gestora aumentou posições em ações globais nas últimas duas semanas de dezembro.

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Ao mesmo tempo, os investidores se preparam para uma virada no cenário de ampla liquidez global que prevaleceu ao longo dos últimos anos, com analistas vendo o Federal Reserve começar a subir os juros já em março.

As economias desenvolvidas “agora caminham, em passos acelerados, para mudar a postura da política monetária”, disse Rogério Xavier, co-fundador da SPX Capital, cujo fundo SPX Nimitz Feeder subiu 11,71% no ano passado, a maior alta anual desde 2017.

Veja mais: Gestora SPX aposta contra fintechs no Brasil e vê Fed estourando bolha

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No ano passado, a Verde Asset Management viu seu principal fundo registrar a segunda queda anual desde o lançamento em mais de duas décadas. A gestora perdeu com apostas em ações no Brasil, o que ofuscou ganhos com posições em juros no mercado local e em criptoativos. O principal erro de gestão foi “não conseguir defender a enorme deterioração do mercado de ações brasileiro”, disse a Verde, em carta a cotistas.

Veja o que algumas das maiores gestoras de multimercado disseram em suas cartas de dezembro:

Adam Capital

Em 2022, a China deve adotar uma postura política mais favorável ao crescimento, enquanto os EUA caminham em direção à normalização da política monetária. Fundo continua confiante nas oportunidades de investimentos no ano e espera que economia americana siga com crescimento forte.

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  • Adam Macro II FIC +0,32% em 2021; CDI +4,40%

Bahia Asset Management

O avanço da política monetária em direção a território significativamente contracionista no Brasil e as constantes pressões fiscais mantêm os ativos domésticos bastante premiados. Cenário macro e técnico no mercado brasileiro seguem prescrevendo cautela “acima da usual”.

  • Bahia AM Marau FIC 1,41% em 2021

Ibiuna Investimentos

Incerteza trazida pela eleição justifica postura cautelosa e defensiva da gestora, que tem sido mantida desde meados de 2021. Fundo voltou a carregar posições compradas em inflação implícita no Brasil.

  • Ibiuna Hedge STH FIC +10,23% em 2021

Kapitalo Investimentos

Fundo vê um cenário desafiador para o Brasil pelos próximos meses e incertezas elevadas por conta do processo eleitoral em 2022. É provável que a recente melhora no mercado de trabalho brasileiro seja temporária e que o desemprego volte a aumentar. Posições compradas em ações globais foram aumentadas.

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  • Kapitalo Kappa FIN +6,76% em 2021

Legacy Capital

Dados sugerem que a recessão se aprofundou no quarto trimestre de 2021 e PIB brasileiro deve contrair 1% em 2022, “com riscos na direção de uma queda ainda maior”. Fundo voltou a aumentar a posição duplamente vendida em dólar contra real e em bolsa, e manteve exposição direcional reduzida nos demais ativos domésticos com perspectiva de piora macro e período eleitoral turbulento.

  • Legacy Capital B FIC FIM +1,34% em 2021

SPX Capital

Reversão de uma política monetária muito estimulativa e de política fiscal frouxa devem levar ao estouro de algumas bolhas de ativos. No Brasil, fundo está com posições vendidas em fintechs e no setor de mineração. A candidatura do PT leva vantagem para ganhar a disputa eleitoral, segundo a gestora.

  • SPX Nimitz Feeder FIC FIM +11,71% em 2021

Verde Asset Management

Veja mais: Fundo Verde ganha com cripto e juros em 2021 ‘frustrante’

O fundo Verde ganhou com juros no Brasil e apostas em cripto em 2021, mas isso não foi suficiente para compensar as perdas decorrentes de sua exposição a ações locais. Carteira tem atualmente cerca de 27,5% em ações, com 23,5% no mercado local; também tem pequenas posições compradas em rublo russo e petróleo.

  • Verde FIC FIM -1,13% em 2021

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