Preço por um carro nos EUA atinge patamar recorde por inflação

Preço médio de um veículo novo nos EUA atingiu US$ 47.077, aumento de 14% (US$ 5.742), em comparação a 2020

Um Mercedes-Benz S500 à venda em uma concessionária em Louisville, Kentucky. Fotógrafo: Luke Sharrett/Bloomberg
Por Hannah Elliot
14 de Janeiro, 2022 | 03:32 PM

Bloomberg — Os preços recordes de carros do ano passado nos Estados Unidos não cairão tão cedo.

Em dezembro, o preço médio de um veículo novo nos EUA atingiu US$ 47.077, um aumento de 14% (US$ 5.742), em comparação a 2020, e de 1,7% (US$ 808) em relação ao mês anterior, segundo uma pesquisa Kelley Blue Book.

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O aumento aconteceu após a inflação dos EUA terminar 2021 em níveis escaldantes – uma alta de 7%, a maior dos últimos 39 anos – com a gasolina no topo das paradas com um aumento de preço de 49,6% em relação ao ano anterior.

Os preços mais altos de automóveis, alimentos e vestuário, entre outras coisas, refletem as dores de uma economia em reabertura. O aumento dos preços dos carros no ano passado ocorreu quando a escassez de componentes atingiu as montadoras justamente quando a demanda do consumidor subia.

“A falta de estoque foi a grande história em 2021″, diz Jonathan Smoke, economista-chefe da Cox Automotive. “A oferta apertada criou um forte poder de precificação e lucros recordes para as montadoras.”

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Espere que isso continue pelo menos no primeiro trimestre, diz ele. “Embora vejamos um crescimento modesto na oferta em 2022, esperamos que o poder de preço e a lucratividade [para as montadoras] permaneçam favoráveis.”

O custo do luxo

Os veículos de luxo, em particular, contribuíram para os ganhos gerais de preços. O preço médio de um carro de luxo em dezembro atingiu US$ 64.864, consideravelmente superior ao preço médio de US$ 43.072 pago por um novo veículo não luxuoso. No mês passado, os carros de luxo foram vendidos por um recorde de US$ 1.300 a mais em média do que o preço de etiqueta, enquanto em dezembro de 2020, eles foram vendidos por US$ 3.000 a menos que o preço sugerido.

A escassez de chips, um aumento nos gastos de férias e a disseminação da variante ômricon foram os maiores fatores da disparidade, dizem analistas. Os consumidores abastados não foram desencorajados.

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“O comprador de luxo provavelmente ficou bem nos últimos dois anos”, diz Charlie Chesbrough, economista sênior da Cox Automotive. “O portfólio deles provavelmente está indo bem. Sua renda provavelmente está indo bem. Essa é a razão pela qual estamos vendo tanta força.” De fato, as catástrofes globais do ano passado serviram para tornar os ricos mais ricos.

A tendência vai continuar, diz Chesbrough. Em dezembro de 2016, os veículos de luxo vendidos por marcas como Audi, BMW, Mercedes-Benz e Porsche representavam 15,5% do mercado dos EUA, segundo a KBB. No mês passado, eles representaram 18,4%. Em 2012, 54% dos veículos novos vendidos tinham um preço sugerido abaixo de US$ 30.000, de acordo com a Cox Automotive. Hoje, essa porcentagem é de 19% do mercado, ele diz: “Para onde o mercado está se movendo é para categorias com preços muito mais altos”.

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