CEO do Google é acusado de aprovar acordo ilegal com Facebook

O caso acusa a empresa de abusar de seu poder sobre o vasto ecossistema digital onde os anúncios online são comprados e vendidos

De acordo com o novo processo judicial, Pichai assinou pessoalmente os termos do acordo, assim como Sheryl Sandberg, diretora de operações da Meta Platforms
Por David McLaughlin
14 de Janeiro, 2022 | 06:07 PM

Bloomberg — Sundar Pichai, presidente-executivo do Google e sua controladora Alphabet, aprovou pessoalmente o que os procuradores-gerais estaduais dizem ser um acordo ilegal com o Facebook para manipular o mercado de publicidade digital, de acordo com um novo processo judicial dos estados.

Os detalhes da suposta aprovação do CEO no pacto foram revelados nesta sexta-feira (14) em uma queixa antitruste contra o Google apresentada por uma coalizão de estados liderada pelo procurador-geral do Texas, Ken Paxton. O caso, aberto pela primeira vez em dezembro de 2020, acusa a empresa de abusar de seu poder sobre o vasto ecossistema digital onde os anúncios online são comprados e vendidos.

No centro da reclamação está o acordo de 2018 entre o Google e o Facebook, que o Google nomeou Jedi Blue. O acordo pretendia “matar” uma ferramenta de publicidade que estava ganhando popularidade entre os editores e que o Facebook apoiava, segundo os estados.

O Google viu o papel do Facebook como uma ameaça competitiva ao seu lucrativo negócio de publicidade, alegam os estados. Para fazer o Facebook abandonar a ferramenta alternativa preferida pelos editores, o Google concordou em dar à empresa de mídia social vantagens em leilões de anúncios online encaminhados por meio da própria tecnologia do Google, afirmam os estados.

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De acordo com o novo processo judicial, Pichai assinou pessoalmente os termos do acordo, assim como Sheryl Sandberg, diretora de operações da Meta Platforms.

Sandberg descreveu o acordo com o Google como “um grande negócio estrategicamente” em um e-mail que incluiu o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, de acordo com a reclamação, que afirma que os executivos da Meta disseram a Zuckerberg que precisavam de sua aprovação para avançar com o acordo.

O Google disse em comunicado que seu negócio de publicidade opera em um mercado altamente competitivo.

“A reclamação está cheia de imprecisões e carece de mérito legal”, disse o Google.

Meta, que não é réu no processo dos estados, disse em comunicado que o acordo com o Google aumentou a concorrência por posicionamentos de anúncios, beneficiando editores e anunciantes.

--Com assistência de Mark Bergen

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