Nigéria encerra proibição do Twitter após sete meses

Governo nigeriano bloqueou o acesso à rede social em junho depois que a empresa excluiu um dos tweets do presidente Muhammadu Buhari

O Twitter está “profundamente comprometido com a Nigéria”, disse a empresa em um comunicado saudando a restauração de seus serviços
Por William Clowes
13 de Janeiro, 2022 | 08:44 AM

Bloomberg — A Nigéria suspendeu a proibição de sete meses do Twitter no país depois que a rede social concordou com várias condições impostas pelo governo.

O Twitter estabelecerá uma entidade legal na Nigéria e nomeará um representante do país para se envolver com o governo quando necessário, disse a Agência Nacional de Desenvolvimento de Tecnologia da Informação, ou NITDA, em comunicado na quarta-feira (12).

O governo da Nigéria bloqueou o acesso ao Twitter em 5 de junho depois que a empresa excluiu um dos tweets do presidente Muhammadu Buhari por violar suas regras. A plataforma foi fechada porque “elementos sem escrúpulos” a usaram para “fins subversivos e atividades criminosas, propagando notícias falsas e polarizando os nigerianos em linhas tribais e religiosas”, segundo o NITDA.

A resolução também fornecerá “oportunidades econômicas e de treinamento”, já que a gigante da mídia social com sede em São Francisco “continua a considerar expandir sua presença na Nigéria”, disse o NITDA. O Twitter decidiu em abril colocar sua primeira equipe de produtos e engenharia no continente africano em Gana, aplaudindo o país como “um defensor da liberdade de expressão, da liberdade online e da internet aberta”.

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O Twitter está “profundamente comprometido com a Nigéria”, disse a empresa em um comunicado saudando a restauração de seus serviços.

Enquanto muitos nigerianos continuaram a usar o Twitter por meio de redes privadas virtuais, a proibição causou frustração e raiva consideráveis no país, especialmente entre a população em grande parte jovem do país. Antes da proibição, o aplicativo do Twitter era a sexta plataforma de mídia social mais usada no país.

Estima-se que a proibição de 222 dias do Twitter tenha custado à economia do país mais populoso da África cerca de US$ 1,5 bilhão, de acordo com o grupo de vigilância da Internet Netblocks Cost of Shutdown Tools.

O capítulo local da Anistia Internacional chamou as restrições de “ilegais” e “um ataque ao direito à liberdade de expressão” em sua conta no Twitter na quinta-feira (13).

Criticando “aqueles que priorizaram a política sobre o patriotismo e exibiram justiça dissimulada” sobre a suspensão, o ministro do Trabalho Festus Keyamo disse que “a Nigéria está melhor assim” em sua página no Twitter.

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