Milhões de doses de vacina de covid correm risco de irem para o lixo

Cerca de 240 milhões de doses compradas pelos EUA, Reino Unido, Japão, Canadá e União Europeia devem ficar sem uso e expirar em março

Desperdício de doses da preciosa vacina contra a covid ameaça exacerbar os déficits, especialmente na África e em outras partes do mundo em desenvolvimento
Por James Paton
13 de Janeiro, 2022 | 04:57 PM

Bloomberg — Centenas de milhões de doses de vacina covid-19 compradas por países ricos correm o risco de serem desperdiçadas, mostra uma nova análise, enquanto grande parte do mundo permanece desprotegida em meio à disseminação da variante ômicron.

Cerca de 240 milhões de doses compradas pelos Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Canadá e União Europeia devem ficar sem uso e expirar em março, disse a empresa de análise Airfinity, com sede em Londres, em um relatório nesta quinta-feira (13). O número de doses potencialmente desperdiçadas pode subir para 500 milhões nesse ponto se outros países que recebem doses doadas não tiverem tempo suficiente para administrá-las, disse.

“Mesmo após lançamentos de reforço bem-sucedidos, há doses excedentes disponíveis que correm o risco de serem desperdiçadas se não forem aplicadas muito em breve”, disse Rasmus Bech Hansen, CEO da Airfinity, em comunicado. “O surgimento da ômicron e a probabilidade de futuras variantes mostram que não há tempo a perder.”

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O desperdício de doses da preciosa vacina contra a covid ameaça exacerbar os déficits, especialmente na África e em outras partes do mundo em desenvolvimento. Os suprimentos doados geralmente chegam com pouca antecedência e prazos curtos, tornando ainda mais difícil para os sistemas de saúde sobrecarregados em países mais pobres transformá-los em inoculações.

À medida que as remessas aumentam para bilhões de pessoas deixadas para trás no ano passado, grupos de saúde pedem que as doses doadas sejam entregues de maneira mais confiável e previsível. As apostas estão aumentando à medida que a ômicron aumenta a contagem de casos, mesmo em países ricos como os EUA, onde a variante é responsável por cerca de 98% dos novos casos sequenciados.

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