Bloomberg — O plano do Citigroup de sair das operações de varejo no México levou o governo a entrar em modo de controle de danos para aliviar as preocupações em um país marcado pela crise financeira na década de 1990.
O ministro das Finanças, Rogelio Ramírez de la O, procurou conter qualquer leitura negativa sobre a economia a partir da potencial venda da unidade, e disse que o governo tentaria limitar o fechamento de agências.
“Queremos enviar uma mensagem aos correntistas, aos poupadores, de que eles podem ter certeza de que não haverá perda de ativos”, disse Ramirez à Bloomberg News.
O Banamex, ou Banco Nacional do México, era o segundo banco do país quando foi comprado pelo Citi em 2001, em meio a uma onda de aquisições por investidores estrangeiros de bancos locais que haviam sido devastados pela crise conhecida como “Efeito Tequila”, de 1994 a 1995.
Muitos mexicanos se lembram da onda de falências bancárias que atingiu o país durante a crise. Alguns foram ao Twitter para comentar a saída do Citi e se perguntaram sobre o futuro de suas poupanças e pensões.
O chefe da associação bancária do país, a ABM, apareceu em um programa de rádio para descartar qualquer impacto potencial sobre os clientes do Citibanamex, independentemente de quem assumir o controle.
“Não há motivo para preocupação”, disse Daniel Becker Feldman, presidente da ABM, ao apresentador de rádio Joaquin-Lopez Doriga, e transmitiu uma mensagem semelhante a outros meios de comunicação locais.
Terceiro maior banco
O Citibanamex viu sua participação de mercado cair para 12,9% dos depósitos, de 22% em 2001, e agora é o terceiro maior banco de depósitos do país, mostram dados da CNBV.
No rescaldo da crise, o setor bancário do México tornou-se altamente concentrado nas mãos de bancos de propriedade estrangeira, como os espanhóis Banco Bilbao Vizcaya Argentaria e Banco Santander, além do HSBC Holdings e o Bank of Nova Scotia.
Ramirez, ministro das Finanças, disse que o governo procurará garantir que qualquer venda não infrinja as regras antitruste do setor. Ele disse que a decisão do banco de sair do varejo mexicano não está relacionada à economia do país, como alguns meios de comunicação locais sugeriram, apontando para o fato de que o Citi continuará investindo no México, incluindo a construção de uma nova torre para sua sede corporativa.
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