Bloomberg Línea — Nesta quinta-feira (13), o Vetor Brasil, organização da sociedade civil (OSC) que desenvolve profissionais para o setor público, anunciou o recebimento de um investimento de R$ 4,2 milhões da escritora, ativista e filantropa americana MacKenzie Scott, ex-mulher do empresário Jeff Bezos, da Amazon.
Segundo o Vetor, o valor será investido em tecnologia para desenvolvimento de novas soluções e campanhas de sensibilização sobre a importância de fomentar mudanças sistêmicas como o desenvolvimento de lideranças públicas. Para receber o aporte, o Vetor passou por uma análise da Bridgespan, consultoria internacional que auxiliou Scott em suas doações.
“Trata-se de um marco em nossa história, que chancela a relevância do nosso propósito”, disse Joice Toyota, cofundadora e coCEO do Vetor Brasil. “A MacKenzie Scott acreditou, confiou e nos deu total liberdade para usar todo o dinheiro onde, como e quando acharmos melhor. Esse modelo irrestrito de investimento em organizações e não em projetos não é comum aqui no Brasil”, comentou.
Em 2020, Scott decidiu acelerar suas contribuições, diante dos efeitos econômicos da crise e têm baixo acesso ao capital filantrópico. “Pessoas que lutam contra as desigualdades merecem o centro do palco nas histórias sobre as mudanças que estão criando”, diz MacKenzie. “Colocar os doadores como protagonistas no progresso social é uma distorção de seu papel. Estamos apenas tentando contribuir com uma fortuna que foi possibilitada por sistemas que precisam de mudança.”
O Vetor Brasil atua identificando e capacitando pessoas para aumentar a eficiência do setor público, visando reduzir as desigualdades sociais do país. O objetivo é gerar um impacto social em escala. Os candidatos são selecionados com base em competências e experiências socioemocionais, valorizando a diversidade.
Segundo a organização, desde 2015, ano de sua criação, mais de 100 mil candidatos foram avaliados e cerca de 400 profissionais estão, atualmente, em governos liderados por 14 partidos políticos diferentes, sendo que 11 pessoas ocupam posição de liderança na gestão pública.
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