Bloomberg Línea — As chuvas fortes que atingem Minas Gerais levaram a Vale (VALE3) a iniciar protocolo de emergência nível I no dique Elefante, na mina de Água Limpa, localizada no município de Rio Piracicaba. Conforme a companhia, a ombreira direita da estrutura sofreu uma erosão por conta da chuva. A Vale também elevou protocolo de emergência para nível 2 na barragem Área IX, na mina de Fábrica, em Ouro Preto.
A companhia ressaltou que a estabilidade geral do dique do Elefante não foi comprometida e que não há presença permanente de pessoas na respectiva zona de autorresgate. Também não há impactos na produção da empresa, segundo comunicado.
A anomalia foi informada às autoridades e à auditoria do Ministério Público do Estado de Minas Gerais e segue sendo monitorada pelas equipes especializadas da Vale.
A Vale já havia paralisado parcialmente a circulação de trens na Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) e produção dos Sistemas Sudeste e Sul, citando que a medida visa “garantir a segurança dos seus empregados e comunidades e em razão do nível elevado de chuvas que atingem Minas Gerais”.
Desde o mês passado, o Brasil registra chuva intensa em estados como Bahia, que teve cidades inundadas, chegando a prejudicar o abastecimento de energia na região.
As fortes chuvas que castigam o estado de Minas Gerais, berço de plantas de mineração das gigantes Vale, Usiminas e CSN, estão levando à interrupção da produção e escoamento dessas empresas e podem elevar os preços da commodity para a exportação à China.
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Segundo analistas da consultoria S&P e da Ágora e do Bradesco BBI, braços de investimentos do banco Bradesco, as fortes chuvas devem agravar a sazonalidade da produção mais fraca do primeiro trimestre para os produtores locais principalmente para a Vale.