Ex-funcionária da Partners perde processo por discriminação racial

Harmonie Mulumba divulgou uma foto de funcionários vestidos de “Blackface” como evidência do que ela disse ser uma cultura tóxica na empresa

Alegação de discriminação e assédio
Por Jonathan Browning
12 de Janeiro, 2022 | 12:04 PM

Bloomberg — Um tribunal trabalhista de Londres rejeitou as alegações de que uma ex-funcionária negra do Partners Group sofreu discriminação racial enquanto trabalhava na empresa suíça de private equity, mas o juiz considerou que ela foi demitida injustamente.

Harmonie Mulumba alegou que enfrentou discriminação e assédio durante seu tempo na empresa. Ela divulgou uma foto de funcionários vestidos de “Blackface” em uma festa como ampla evidência do que ela disse ser uma cultura tóxica na empresa. No entanto, o juiz Richard Nicolle disse que interpretou mal os eventos e conversas, vendo-os apenas como parte de uma campanha para impedi-la de progredir.

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Mulumba gradualmente desenvolveu uma mentalidade em que “ela procurou combinar uma série de atos e omissões individuais no que ela claramente interpretou como uma campanha coordenada para impedir sua ascenção”, disse Nicolle na decisão.

Ainda assim, a Partners não comunicou os detalhes da rescisão de Mulumba corretamente, e ele decidiu que ela havia sido demitida injustamente. Com as alegações de discriminação racial descartadas, Mulumba perdeu seu direito de reivindicar indenizações ilimitados, com quaisquer ganhos potenciais limitados a cerca de 80.000 libras (US$ 108.700).

O juiz trabalhista disse que, ao colocar a fotografia exposta na sede da empresa em Zug, Mulumba demonstrou uma tendência “a buscar evidências de conduta discriminatória”.

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Mulumba disse que planeja recorrer da decisão.

“Diz muito”

“O fato de que o julgamento conclui com uma crítica a mim por chamar a atenção para as fotos do Blackface na sede do Partners Group diz muito”, disse Mulumba em comunicado.

“Em última análise, a magnitude das omissões neste julgamento aparentemente apressado é de grande preocupação. O tribunal não abordou todas as reivindicações e questões que foram apresentadas”, disse ela.

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A Partners pediu desculpas pela fotografia, que ficou em exibição por mais de oito anos antes de ser retirada. A alta gerência da empresa disse em um memorando pouco antes da divulgação da questão da fotografia que, se um incidente semelhante ocorresse agora, os funcionários poderiam ser demitidos.

A Partners disse em comunicado na terça-feira (11) que o tribunal reconheceu que a empresa tinha “razões justas” para a demissão de Mulumba.

“De acordo com nossa política robusta de denúncias, contratamos um respeitável escritório de advocacia terceirizado para investigar as alegações da reclamante quando ela as levantou em 2018″, disse um porta-voz da empresa. “Essa investigação não confirmou nenhuma das alegações e estamos satisfeitos que o tribunal tenha concordado.”

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Mulumba argumentou em seu processo que foi forçada a sair da empresa depois de reclamar dos supostos insultos racistas de um colega sênior. Juri Jenkner, chefe de infraestrutura privada, contou uma piada em um evento no trabalho que poderia ter sido mal interpretada, disse o juiz.

Ela “tinha a impressão genuína de que a anedota tinha conotações racistas. No entanto, isso em si não significa que havia de fato”, disse Nicolle. “Não consideramos que a interpretação mais natural seja que a intenção de Jenkner era ofender”.

– Esta notícia foi traduzida por Marcelle Castro, Localization Specialist da Bloomberg Línea.

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