São Paulo — O grupo financeiro XP (XP) apresentou nesta terça-feira (11) sua prévia operacional para o quarto trimestre de 2021. Os dados confirmam as expectativas de um menor peso do varejo de renda variável no resultado da plataforma nos três últimos meses do ano, refletindo a piora das condições macroeconômicas do mercado, que tendem a desestimular os investidores quanto aos aportes na Bolsa, diante da volatilidade elevada dos preços dos papéis. Houve um menor ritmo de negócios no fim de 2021.
A média mensal de adição líquida de clientes caiu 23% de 52.000 no terceiro trimestre para 40.000 no quarto, “impactada principalmente por uma menor ativação na Clear, dada o fraco momentum no mercado de ações”, reconheceu a XP.
As corretoras Clear e Rico, da XP, foram multadas em R$ 2,6 milhões e R$ 620 mil, no fim do ano passado, pelo Procon-SP por práticas abusivas após reclamações de consumidores sobre falhas e instabilidade no site e cobrança de taxa adicional para concluir uma operação. A XP já avisou que vai recorrer da decisão.
O grupo informou que a Média de Negociações Diárias no Varejo (Daily Average Trades, DAT, na sigla em inglês) foi de 2,5 milhões no quarto trimestre, uma queda de 5% trimestre contra trimestre, “refletindo um cenário macroeconômico mais desafiador para equities”.
Nesse indicador, o consolidado do ano terminou, no entanto, com alta graças à performance do início do ano. Em 2021, a Média de Negociações Diárias no Varejo totalizou 2,7 milhões, ante 2,4 milhões em 2020, “refletindo maior número de clientes operando ações e futuros, especialmente no primeiro trimestre de 2021″, segundo a XP.
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O apetite da XP por ampliar sua base de agentes autônomos deu sinal de moderação. A adição bruta à rede de AAIs (agentes autônomos) totalizou 1.106 no quarto trimestre, uma queda de 7% na comparação trimestre contra trimestre, mas mantendo um crescimento de aproximadamente 370 novos AAIs por mês, informou a XP. Em 2021, a adição bruta à rede de AAIs foi de 4.409 contra 3.724 em 2020, um aumento de 18%.
Modal e Suno
A prévia operacional do quarto trimestre não capta os últimos movimentos do grupo, que anunciou, no começo deste ano, a aquisição de participação relevante na casa de research Suno e a intenção de comprar o Banco Modal em até 15 meses por meio de uma troca de ações. Essas operações anunciadas indicam uma movimentação da XP para reforçar suas frentes de crescimento diante de um cenário de cobertor mais curto para o mercado de renda variável.
O terceiro trimestre de 2021 marcou o segundo lucro bilionário consecutivo do grupo. Outros indicadores consolidados do ano apontam para uma tendência de crescimento, colocando a XP no restrito grupo de companhias com lucros trimestrais na casa de bilhão, como é a referência entre os bancos tradicionais.
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Segundo a XP, o total de Ativos sob Custódia (Assets Under Custody, AUC, na sigla em inglês) foi de R$ 815 bilhões em 31 de dezembro, um crescimento de 23% ano contra ano e 3% trimestre contra trimestre. O crescimento na comparação ano contra ano reflete uma captação líquida de R$ 230 bilhões e uma desvalorização de mercado de R $75 bilhões, comentou a plataforma.
Já a captação líquida total foi de R$ 48 bilhões no quarto trimestre ante R$ 37 bilhões no terceiro trimestre, alta de 29% na comparação trimestre contra trimestre. A captação líquida ajustada por transferências de custódias concentradas foi de R$ 41 bilhões, ou R$ 13,6 bilhões por mês, versus R$ 47 bilhões no 3T21, “refletindo a resiliência da nossa rede de AAIs e canais diretos em momentos de incerteza no cenário macroeconômico”, comentou a XP.
A captação líquida total em 2021 foi de R$ 230 bilhões, um crescimento de 16% ano contra ano, enquanto a captação líquida ajustada por custódias concentradas total foi de R$ 176 bilhões, R$ 14,7 bilhões por mês, um crescimento de 25% ano contra ano, segundo o grupo. A base de clientes ativos da XP cresceu 23% e 4% no quarto trimestre ante igual período de 2020 e ante o terceiro trimestre de 2021, respectivamente, totalizando 3,4 milhões.
O total de Ativos sob Custódia em fundos de previdência foi de R$ 48 bilhões, um crescimento de 11% trimestre contra trimestre e de 51% ano contra ano, “refletindo nosso crescimento consistente no business de previdência”, destacou o grupo. A carteira de crédito atingiu R$ 10,2 bilhões em 31 de dezembro, um crescimento de 18% trimestre contra trimestre e 164% ano contra ano. O duration da carteira é de 3,3 anos, com 0,0% de inadimplência superior a 90 dias, segundo a XP.