Bloomberg Línea — O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) teve alta mensal de 0,73% em dezembro, totalizando uma alta de 10,06% no ano de 2021, a maior alta acumulada desde 2015.
As informações foram divulgadas nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado de 2021 foi influenciado principalmente pelo grupo Transportes, que apresentou a maior variação, de 21,03%, e o maior impacto no acumulado do ano, segundo o instituto. Em seguida vieram Habitação (13,05%) e Alimentação e bebidas (7,94%). Juntos, os três grupos responderam por cerca de 79% do IPCA de 2021.
Veja mais: BCE será testado com inflação da Zona do Euro em novo recorde
Segundo Pedro Kislanov, gerente do IPCA, em nota, o grupo dos Transportes foi afetado principalmente pelos combustíveis, com alta acumulada de 47,49% da gasolina. Já o etanol subiu 62,23% e foi influenciado também pela produção de açúcar.
- Já no grupo Habitação, a principal contribuição veio da energia elétrica (21,21%).
IPCA de dezembro
A inflação de dezembro apresentou uma desaceleração em relação a novembro, ainda que todos os grupos de produtos e serviços pesquisados tenham tido alta. Segundo o IBGE, a maior variação veio de Vestuário (2,06%), que acelerou em relação a novembro (0,95%).
O maior impacto veio de Alimentação e bebidas, que subiu 0,84% no mês, com altas nos preços do café moído, das frutas e das carnes, que subiram 1,38% em dezembro após uma queda de 1,38% em novembro.
Expectativas para 2022
Ontem, os economistas consultados pelo Banco Central no relatório Focus mostraram esperar que o IPCA avança 5,03% este ano, acompanhado por uma alta da taxa básica de juros do país, a Selic, para 11,75%.
A desaceleração esperada dos preços deve seguir, em parte, uma queda global para os preços dos alimentos, que saíram de quase uma alta recorde no final do ano passado com a dissipação dos principais efeitos da pandemia.
Um índice das Nações Unidas que acompanha de grãos a carne caiu 0,9% em dezembro, potencialmente ajudando a aliviar a alta nos preços de produtos. Ainda assim, o indicador permanece próximo ao recorde histórico de 2011 e os preços médios saltaram cerca de 28% em 2021, o máximo em 14 anos.
--Mais informações a seguir
Leia também