Mercados nos EUA e na Europa sobem com investidores em busca de barganhas

Futuros de índices nos EUA e bolsas europeias recuperam parte das perdas das últimas sessões, mas seu desempenho estará ligado à inflação e a declarações de membros do Fed

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Barcelona, Espanha — A busca por ações a preços atrativos leva a uma melhora do desempenho das bolsas internacionais. Na Europa, o Stoxx 600 (SXXP) se recupera depois de experimentar a pior performance diária desde o início da onda ômicron, ajudado pelos papéis do setor tecnológico. Pela mesma senda positiva seguem os contratos futuros de índices nos Estados Unidos.

Ao mesmo tempo, o rendimento dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, que ontem chegaram a superar o seu maior nível desde janeiro de 2020 (+1,8%), é negociado com estabilidade em torno de 1,75%. O petróleo, por sua vez, se espelha nas bolsas europeias e na depreciação do dólar e sobe com força. O Instituto Americano de Petróleo, financiado pela indústria, publicará hoje seu informe sobre os estoques nos EUA. A Administração de Informações de Energia (EIA) também se prepara para divulgar informe sobre o panorama deste mercado.

O comportamento das bolsas internacionais será ditado pelo Federal Reserve (Fed) e também estará vinculado às expectativas sobre a inflação nos Estados Unidos. Hoje, além de discursos de Esther George, presidente do Fed de Kansas, e de James Bullard, do Fed de St Louis, o mercado acompanhará a audiência de nomeação de Jerome Powell no Comitê Bancário do Senado, que será reconduzido ao posto máximo do banco central norte-americano.

Na declaração da abertura que lerá na audiência, divulgada ontem, Powell diz que o Fed trabalhará para que a inflação mais alta não se consolide, ao mesmo tempo em que alerta que a economia pós-pandemia pode parecer diferente do ciclo de expansão anterior.

Os investidores, que vêm trabalhando intensamente na realocação de ativos ante os sinais de uma política monetária mais enérgica e restritiva pelo Fed, buscam novas pistas sobre a intensidade e a rapidez com que o banco central pensa em atuar para debelar a inflação.

🟢 E por falar em inflação, amanhã é dia de divulgação do Índice de Preços ao Consumidor dos EUA. A previsão é de que o indicador suba em dezembro, para 7,1%. Se confirmado, este seria o maior ritmo de crescimento em quase quatro décadas. Os formuladores de política monetária temem que as pressões de preços – as mais elevadas em uma geração - se enraízem na maior economia do mundo.

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🟢 As bolsas ontem: Dow (DJI) -0,45% | S&P 500 (SPX) -0,14% | Nasdaq (NDX) +0,05% | Stoxx 600 (SXXP) -1,48% | Ibovespa (IBOV) -0,75%

A renda fixa protagonizou o noticiário. Diante da perspectiva de novos aumentos dos juros básicos, os bônus do Tesouro norte-americano de 10 anos superaram durante o dia, pela primeira vez desde janeiro de 2020, a marca do 1,8%. No fechamento do dia, no entanto, terminaram com uma ligeira queda de 0,04 ponto, a primeira redução de 2022.

Na agenda

  • Audiência de confirmação do presidente do Fed Jerome Powell no Comitê Bancário do Senado
  • Esther George, presidente do Fed de Kansas, e James Bullard, de St Louis, discutem economia e política monetária

Quarta-feira, 12

  • Índices de Preços ao Consumidor e ao Produtor da China- Índices de Preços ao Consumidor dos EUA
  • Relatório sobre os estoques de petróleo bruto da Administração de Informações de Energia (EIA) dos EUA

Quinta-feira, 13

  • Audiência do Comitê Bancário do Senado dos EUA com Lael Brainard, indicada como vice-presidente do Fed
  • Discursam os presidentes regionais do Fed Thomas Barkin (Richmond); Patrick Harker (Filadélfia); Charles Evans (Chicago)

Sexta-feira, 14

  • John Williams, presidente do Fed de Nova York, fala em evento
  • Decisão política do Banco da Coreia, briefing
  • Balanços 4º trimestre 2021: Wells Fargo, Citigroup, JPMorgan

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-- Com informações de Bloomberg News