Localiza sofre ataque cibernético

É a primeira companhia listada na B3 que reporta, neste ano, indisponibilidade de sistemas eletrônicos após incidente

Localiza depende da tecnologia, pois adota telemetria em sua frota; no 3º trimestre de 2021, a companhia se aproximou de 150 mil carros conectados, gerando diariamente cerca de 65 milhões de dados, com monitoramento de 9 milhões de quilômetros por mês
11 de Janeiro, 2022 | 04:49 PM

São Paulo — A Localiza (RENT3) informou nesta terça-feira (11) que sofreu um ataque cibernético. É a primeira companhia listada na B3 a informar um incidente hacker neste ano. Em comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a empresa disse que sofreu uma interrupção parcial no funcionamento de alguns de seus sistemas na madrugada de hoje.

Considerada a maior locadora de carros do país em termos de número de agências e tamanho da frota, a companhia atua nos segmentos de aluguel de carros, voltado ao aluguel de carros em agências localizadas em aeroportos e fora de aeroportos, gestão de frotas, responsável pela terceirização de frotas para empresas com base em contratos de longo prazo e franchising, responsável por franquear a marca Localiza Aluguel de Carros no Brasil e na América do Sul.

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Sem fornecer detalhes, a Localiza disse que o incidente de segurança cibernética também atingiu suas subsidiárias. “O funcionamento dos sistemas vem sendo restabelecido. Não há, até o momento, nenhuma evidência de acesso a bases de dados, bem como extração ou vazamento de dados pessoais”, garantiu o diretor de finanças e de relações com investidores da companhia, Rodrigo Taves Gonçalves de Sousa.

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No ano passado, diversas companhias abertas sofreram ataques cibernéticos, como o grupo de medicina diagnóstica Fleury, a operadora de pacotes de viagens CVC e a seguradora Porto Seguro. Em outubro, a Atento teve seu data center atingido por um ataque hacker, que prejudicou operações de grandes empresas como a Azul, Vivo, Cielo e Itaú Unibanco.

Dependendo do tempo de retomada das operações, um incidente cibernético tem potencial de afetar o resultado financeiro de uma companhia, como ocorreu com a CVC no terceiro trimestre do ano passado. A companhia passou metade de um mês sem a totalidade de seus sistemas, um tempo de perda de receita que se refletiu em seu balanço.

Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 29 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.