Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) opera em alta na primeira hora de pregão desta terça-feira (11), seguindo a tendência das bolsas no exterior, que aguardam o discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no Senado americano, agendado para às 12h00 do horário de Brasília. Os investidores globais também já se preparam para os dados de inflação americana que serão divulgados amanhã.
Por aqui, a notícia da manhã foi a inflação oficial brasileira medida pelo IPCA de dezembro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo teve alta mensal de 0,73% em dezembro, conforme divulgado pelo IBGE, totalizando uma alta de 10,06% no ano de 2021, a maior alta acumulada desde 2015.
- Perto das 10h40, o Ibovespa subia 0,41%, a 102.366 pontos, acompanhando o tom dos mercados globais após as quedas da véspera
- Vale (VALE3), Usiminas (USIM5) e Magazine Luiza (MGLU3) são as maiores contribuições para a alta do índice
- O dólar oscilava e caía 0,10%, a R$ 5,684. Os vencimentos dos juros também operavam no vermelho. O DI para janeiro de 2023 recuava de 12,070% para 12,050%
- Nos EUA, o futuro do Dow Jones rondava a estabilidade, o S&P 500 subia 0,09% e o Nasdaq, 0,13%
Contexto
O resultado do IPCA de 2021 foi influenciado principalmente pelo grupo Transportes, que apresentou a maior variação, de 21,03%, e o maior impacto no acumulado do ano, segundo o IBGE. Em seguida vieram Habitação (13,05%) e Alimentação e bebidas (7,94%). Juntos, os três grupos responderam por cerca de 79% do IPCA de 2021.
Segundo Pedro Kislanov, gerente do IPCA, em nota, o grupo dos Transportes foi afetado principalmente pelos combustíveis, com alta acumulada de 47,49% da gasolina. Já o etanol subiu 62,23% e foi influenciado também pela produção de açúcar.
O dado da inflação superou as expectativas mas, conforme Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, as “surpresas foram concentradas”. “Alimentação fora do domicílio contribuiu com 3bps na surpresa enquanto o grupo vestuários fechou a conta para os 6 bps de desvio no headline”, disse o economista.
“Para janeiro seguimos, por enquanto, sem viés para o nosso número de 0,54%. Evidente que alguns ajustes serão feitos, o que pode alterar a projeção, mas sem sobressaltos, avalio preliminarmente”, completou.