Construir uma casa no Brasil ficou quase 20% mais caro em 2021

Índice de Construção Civil do IBGE atingiu 18,65% no acumulado do ano, a maior taxa da série iniciada em 2013

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Bloomberg Línea — O Índice Nacional da Construção Civil, divulgado nesta terça-feira (11) pelo IBGE, mostrou uma queda de 0,52% em dezembro nos preços de materiais e mão de obra para construir no Brasil, o menor índice de 2021.

Ainda assim, no acumulado no ano, o indicador atingiu 18,65%, subindo 8,49 pontos percentuais em relação a 2020 - a maior taxa da série iniciada em 2013 e um indicativo de que os brasileiros precisaram desembolsar muito mais para construir a própria casa ou para comprar um imóvel novo, com os custos embutidos.

Segundo o Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística, o custo nacional da construção por metro quadrado subiu para R$ 1.514,52 em dezembro, sendo R$ 910,06 relativos aos materiais e R$ 604,46 à mão de obra.

  • Isso significou uma alta de 28,12% nos materiais e de 6,78% na mão de obra - uma continuação das altas de 2020, de 17,28% e 2,33%, respectivamente.
  • A região Sul teve o valor por metro quadrado mais caro do Brasil no ano passado, a R$ 1.594,85; já na região Sudeste, o valor foi de R$ 1.572,22, seguido por Norte (R$ 1.506,36), Centro-Oeste (R$ 1.503,31) e Nordeste (R$ 1.418,32).

Ainda assim, apesar do aumento dos custos, o segmento de construção civil deve apresentar uma alta de 7,6% no país no ano passado, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic).

A entidade disse, em nota divulgada à imprensa em dezembro, que o resultado, que será o maior dos últimos dez anos, é reflexo direto do baixo patamar da taxa de juros no Brasil durante a era da pandemia.

Veja mais: IPCA avança em dezembro e fecha 2021 em 10,06%

Por que ficou mais caro construir em 2021

Segundo o gerente do índice do IBGE, Augusto Oliveira, em nota divulgada pela instituição, parte das alta dos custos é explicada pelo acúmulo dos preços em produtos dos segmentos de aço e cimentos e argamassas.

Os metais fecharam um 2021 tumultuado dominado por reduções na oferta, desaceleração econômica liderada pelo setor imobiliário na China e uma crise energética global, sendo que o minério de ferro foi um dos grandes perdedores do ano, com o aparente fim da era de construção frenética da China arrastando os preços.

Ainda assim, o metal caiu apenas 12% no ano passado, após a disparada de 74% no ano anterior, mantendo o patamar dos preços elevados no mundo todo.

Expectativa para a construção em 2022

No Brasil, para 2022, o Cbic prevê uma desaceleração do crescimento do setor de construção, para apenas 2%, sustentado pelo investimento em infraestrutura.

Isso será explicado, em parte, pela alta da taxa de juros do Brasil, que deve chegar a 11,75% no final do ano, segundo economistas consultados pelo Banco Central no boletim Focus desta semana.

Em dezembro, o BC elevou a Selic para 9,5%, com uma alta de 1,5 ponto percentual que deverá ser repetida na próxima reunião, em 2 de fevereiro.

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