Mercados voláteis ajustam carteiras de olho em Fed e inflação

Futuros de índices nos EUA e bolsas europeias oscilam do positivo ao negativo; títulos de renda fixa seguem trajetória de alta

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Barcelona, Espanha — Os mercados iniciam uma semana que promete ter a volatilidade como marca expressa. Nesta manhã, as bolsas europeias e os futuros de índices dos Estados Unidos já experimentaram altas e quedas, enquanto os mercados de bônus seguem em ascensão, com o títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos aproximando-se dos 2%, marca que estes ativos não supera desde 2019.

No mercado acionário, se vê uma migração para ações baratas de setores cíclicos. O momento é de ajustar as carteiras a uma nova realidade, sobretudo aos últimos sinais do Federal Reserve (Fed) sobre sua política monetária. Algumas sinalizações do banco central norte-americano abalaram o mercado de renda variável e elevaram os prêmios dos títulos soberanos.

  • Uma é a possibilidade de um aumento dos juros básicos antes do previsto, e a um ritmo mais intenso. O Goldman Sachs Group Inc. agora espera que o Fed suba os juros quatro vezes sete ano e que comece o processo de redução de s eu balanço patrimonial em julho, ou até antes.
  • A outra é a redução da carteira geral de ativos do balanço do banco central para ajudar no controle da inflação, movimento que sucederia o aumento do custo do dinheiro.
  • A retirada dos estímulos financeiros para irrigar o mercado, que levou as bolsas a níveis recordes, também é levada em conta nesta reavaliação massiva de ativos, embora já fosse algo esperado.

Além do aperto monetário indicado pelo Fed, o mercado reage ao aumento dos contágios pela Covid-19 e a absenteísmo generalizado, que começa a refletir na produção, levando vários economistas a rebaixar suas previsões para o PIB deste trimestre.

Para turbinar a volatilidade, esta semana há uma bateria de discursos de funcionários do Fed, além de indicadores inflacionários na China e nos EUA.

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🟢 As bolsas na sexta-feira: Dow (-0,01%), S&P 500 (-0,41%), Nasdaq (-0,96%), Stoxx 600 (-0,28%), Ibovespa (+1,14%)

Além do “efeito Fed”, os investidores repercutiram dados macroeconômicos como a folha de pagamento dos trabalhadores não agrícolas dos EUA, que aumentou em dezembro em 199 mil, contra um consenso de 400 mil entre os analistas. A taxa de desemprego diminuiu em 0,3 pontos porcentuais, para 3,9%, evidenciando um ambiente de contratação desafiador, que está dificultando o atendimento da demanda em meio à persistente pandemia.

Na agenda

  • O presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, discute as perspectivas econômicas

Terça-feira, 11

  • Audiência de confirmação do presidente do Fed Jerome Powell no Comitê Bancário do Senado
  • Esther George, presidente do Fed de Kansas, e James Bullard, de St Louis, discutem economia e política monetária

Quarta-feira, 12

  • Relatório sobre os estoques de petróleo bruto da Administração de Informações de Energia (EIA) dos EUA
  • Índices de Preços ao Consumidor e ao Produtor da China- Índices de Preços ao Consumidor dos EUS

Quinta-feira, 13

  • Audiência do Comitê Bancário do Senado dos EUA com Lael Brainard, indicada como vice-presidente do Fed
  • Discursam os presidentes regionais do Fed Thomas Barkin (Richmond); Patrick Harker (Filadélfia); Charles Evans (Chicago)

Sexta-feira, 14

  • John Williams, presidente do Fed de Nova York, fala em evento
  • Decisão política do Banco da Coreia, briefing
  • Balanços 4º trimestre 2021: Wells Fargo, Citigroup, JPMorgan

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-- Com informações de Bloomberg News