Ações podem andar de mãos dadas com rendimentos, diz JPMorgan

No mercado, opiniões variam; movimentações abruptas do mercado de títulos geralmente afetam (e podem continuar afetando) negativamente as ações

Bolsa de Valores de Nueva York
Por Nikos Chrysoloras
10 de Janeiro, 2022 | 12:48 PM

Bloomberg — As ações devem conseguir suportar o recente aumento nos rendimentos dos títulos, que ainda devem subir mais, de acordo com estrategistas do JPMorgan Chase & Co (JPM).

Enquanto os rendimentos subirem pelos motivos certos, incluindo melhor crescimento, acreditamos que as ações devem ser capazes de tolerar a mudança”, escreveram Mislav Matejka e seus colegas em nota. “O aumento das taxas reais não deve afetar os mercados de ações ou a atividade econômica, pelo menos até que entrem em um território positivo, ou até mesmo enquanto as taxas reais estiverem abaixo do crescimento potencial real”.

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Os sinais de que o Federal Reserve pode apertar sua política de forma mais agressiva do que o esperado anteriormente contribuíram para um início de ano turbulento para as ações. O índice Nasdaq 100 (NDX) perdia 4,5% na primeira semana de 2022, e o rápido aumento dos rendimentos afetou as ações mais caras, avaliadas com base nas expectativas de crescimento futuro.

Os estrategistas do JPMorgan esperam que os rendimentos continuem aumentando, até porque a demanda por títulos cairá à medida que o Fed reduzir os estímulos e o Banco Central Europeu reduzir as compras de ativos. Embora isso signifique que setores como a tecnologia vão “sofrer para ter bons resultados no futuro”, é uma boa notícia para bancos, automóveis e outras áreas cíclicas do mercado de ações, afirmam.

Comparação de índices de tecnologia e bancos da Europa; momento é favorável a setores cíclicos, como bancos e automóveis

“No nível geral do mercado, não vemos rendimentos mais altos anulando o lado positivo”, disseram os estrategistas do JPMorgan, citando o crescimento acima da tendência nos mercados desenvolvidos e uma recuperação econômica iminente da China.

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Nem todos são otimistas assim. Os estrategistas do Goldman Sachs (GS), liderados por David Kostin, afirmam que as ações normalmente enfrentam dificuldades quando o ritmo do movimento nos mercados de títulos é muito abrupto, como foi o caso na semana passada. E Michael Wilson, do Morgan Stanley (MS), sente que a situação pode piorar.

“Nunca vimos ações tão caras para o mercado em geral, o que significa que os valuations provavelmente cairão mais antes de terminarmos essa correção”, escreveu Wilson em nota.

--Com a colaboração de Michael Msika e Farah Elbahrawy.

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--Esta notícia foi traduzida por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.

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