Bloomberg — Um cientista cipriota defendeu sua afirmação de que existe uma nova cepa do coronavírus que combina características das variantes delta e ômicron.
Outros cientistas especularam que as descobertas de Leonidos Kostrikis são resultado de contaminação de laboratório. Mas ele disse à Bloomberg, em uma declaração por e-mail, que os casos que ele identificou “indicam uma pressão evolutiva para uma linhagem ancestral adquirir essas mutações e não o resultado de um único evento de recombinação”.
A infecção por ‘deltacron’ é maior entre os pacientes hospitalizados por covid-19 do que entre os não hospitalizados, o que exclui a hipótese de contaminação, disse Kostrikis, professor de ciências biológicas da Universidade de Chipre e chefe do Laboratório de Biotecnologia e Virologia Molecular.
Erro técnico
Além do mais, as amostras foram processadas em procedimentos de sequenciamento múltiplo em mais de um país. E pelo menos uma sequência de Israel depositada em um banco de dados global exibe características genéticas do deltacron, disse ele.
“Essas descobertas refutam as declarações não documentadas de que o deltacron é o resultado de um erro técnico”, disse Kostrikis.
Formas recombinantes de vírus podem surgir quando há múltiplas variantes de um patógeno circulando, disse Nick Loman, professor de genômica microbiana da Universidade de Bristol, na Inglaterra, que estuda o coronavírus. Embora uma forma recombinante de delta e ômicron não seja uma surpresa completa, a descoberta de Chipre é mais provavelmente um “artefato técnico” que surgiu no processo de sequenciamento do genoma viral, disse ele.
O ministro da Saúde cipriota, Michael Hadjipantela, disse no domingo que a nova variante não é motivo de preocupação e que mais detalhes serão dados em uma entrevista esta semana, informou o Philenews.
--Com assistência de Sotiris Nikas e John Lauerman.
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