Austrália afirma que Djokovic pode ser detido novamente se vencer caso

Advogados do governo disseram que jogador obteve conselhos desatualizados para pedir isenção médica

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Bloomberg — O governo da Austrália sinalizou que Novak Djokovic poderia ser detido pela segunda vez se o campeão de tênis for bem-sucedido em sua tentativa de anular o cancelamento de seu visto em uma audiência nesta segunda-feira.

Embora as autoridades federais tenham falhado em sua tentativa de adiar a audiência, eles mantiveram sua posição de que a estrela do tênis violava a lei de imigração e deveria ser deportada antes do Aberto da Austrália. Em documentos apresentados na noite de domingo, advogados do governo disseram que ele usou conselhos desatualizados para apoiar uma isenção médica e que qualquer decisão do tribunal não significa necessariamente o fim da disputa.

“Uma ordem de libertação imediata não impede a nova detenção se houver poder para deter”, disseram os advogados que atuam em nome do Ministério do Interior no documento, que também afirmou ser “ponto comum” que Djokovic não foi vacinado.

Cético número 1

O cético número 1 do mundo quanto à vacinação foi confinado em um hotel usado para deter refugiados e requerentes de asilo, depois de ser recusado pelas autoridades de fronteira quando chegou em 5 de janeiro para competir no primeiro torneio Grand Slam de 2022.

Os advogados de Djokovic argumentaram no sábado que ele recebeu uma isenção médica válida pelas regras de vacinação da Austrália após um teste covid-19 positivo em 16 de dezembro. O governo rejeitou esse argumento.

Autoridades do governo disseram que os organizadores do torneio foram informados de que uma infecção recente de covid não permitiria que alguém evitasse a exigência de vacinação exigida pela Austrália e recebesse um visto de entrada.

O ministro das Finanças Simon Birmingham disse no Channel Nine no domingo que estava “claro” que os requisitos estipulam que “você precisa ser vacinado com uma dose dupla, se você não for um cidadão australiano, para entrar na Austrália”.

Birmingham disse que isso era “um requisito de entrada muito claro” e foi “comunicado de forma muito clara” aos organizadores do torneio que emitiram a isenção médica para Djokovic.

O pedido do governo de adiar a audiência até quarta-feira - um dia após o prazo final declarado pela Tennis Australia para finalizar o sorteio do Aberto da Austrália - foi rejeitada pelo tribunal federal. Uma audiência virtual no Circuito Federal e Tribunal de Família da Austrália acontecerá nesta segunda às 10h, horário de Melbourne (22h de domingo em Brasília), para decidir se o sérvio terá permissão para ficar.

21º Título

Djokovic busca a 21º recorde masculino do Grand Slam no torneio, que conquistou nove vezes. Isso o tiraria do empate com os rivais de longa data Roger Federer e Rafael Nadal. O torneio começará em 17 de janeiro.

Em um documento de 35 páginas divulgado no sábado, seus advogados disseram que o número 1 do mundo recebeu um documento em 1º de janeiro do Departamento de Assuntos Internos da Austrália afirmando que a isenção permitiria que ele entrasse no país.

“O senhor Djokovic entendeu que tinha o direito de entrar na Austrália e Victoria, e competir no Aberto de Tênis da Austrália “, escreveram os advogados.

Em sua resposta, o ministério australiano rejeitou a “chamada ‘isenção médica’” de Djokovic e disse “não existe garantia de entrada de um não cidadão na Austrália”.

O Daily Mail do Reino Unido publicou no sábado imagens públicas da estrela do tênis em um evento com crianças em Belgrado em 17 de dezembro. Um dia antes, ele compareceu a um evento na cidade no qual recebeu um selo personalizado sérvio, embora seu posts sobre a cerimônia vieram no dia seguinte. Djokovic também participou de um evento para sua fundação em 16 de dezembro.

A veterana jogadora tcheca Renata Voracova deixou a Austrália na noite de sábado, informou a Australian Broadcasting Corp. A especialista em duplas havia competido em um torneio de aquecimento para o Aberto da Austrália na semana passada.

Seu visto foi cancelado pela Força de Fronteira Australiana depois que ela entrou no país com o mesmo tipo de isenção de vacina reivindicada por Djokovic, disse o ABC. Um dirigente do tênis que não foi identificado também partiu, disse o ABC.

Cetismo com a vacina

Djokovic, de 34 anos, disse em 2020 que se opunha pessoalmente às vacinas, mas depois esclareceu que não era um especialista e que tomaria a decisão certa para ele.

“Eu não gostaria de ser forçado a tomar uma vacina para poder viajar”, disse Djokovic em 2020, meses antes de as primeiras vacinas contra o coronavírus estarem disponíveis.

O jogador testou positivo para Covid-19 em 2020, pouco depois de organizar uma competição de tênis em Belgrado, enquanto a maioria dos esportes profissionais ainda estava suspensa. Pelo menos três outros jogadores e sua esposa contraíram coronavírus após o evento.

-- Com assistência de Tiago Ramos Alfaro.

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