Goldman Sachs indica ações europeias para se proteger contra baixa de ações globais

Para banco americano, bolsas europeias são abrigo para se proteger da desvalorização das ações globais

Goldman Sachs indica ações europeias para se proteger contra baixa de ações globais
Por Nikos Chrysoloras
06 de Janeiro, 2022 | 09:30 PM

Bloomberg — As bolsas europeias são um bom abrigo para se proteger da onda de desvalorização das ações globais desencadeada pela perspectiva de alta mais forte dos juros nos EUA. A recomendação é de estrategistas do Goldman Sachs Group (GS).

“O aumento dos juros deve favorecer as bolsas europeias, considerando a maior parcela de setores de menor duração e sensíveis a juros que compõem o índice” de referência do continente, escreveram estrategistas liderados por Sharon Bell em nota divulgada nesta quinta-feira. A Europa também difere dos EUA porque “os múltiplos em grande parte do mercado não parecem particularmente esticados em relação ao que se via no passado”, acrescentaram.

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A derrapada do mercado global começou nos EUA após o Federal Reserve, banco central dos EUA, sinalizar aumentos de juros mais agressivos do que muitos previam. Ações de tecnologia — que têm valor com base nas expectativas de crescimento futuro — foram alvo de mais vendas por causa dos múltiplos elevados.

Nos mercados europeus, as oscilações foram bem menores do que nos EUA e Ásia. O índice de referência Stoxx 600 permanece em território positivo de 0,6% este ano, enquanto o S&P 500 caiu 1,5% e o Nasdaq, concentrado em papéis de tecnologia, já perdeu 3,6% em 2022.

Embora as bolsas europeias tenham apresentado desempenho consistentemente inferior ao de seus pares nos EUA desde a crise financeira global, agora “a balança está se inclinando ligeiramente a favor da Europa”, na opinião dos estrategistas do Goldman. Uma grande diferença é a política fiscal, com planejado aumento de gastos na Europa, incluindo um pacote de estímulos associado a sustentabilidade, enquanto o suporte fiscal tende a diminuir nos EUA.

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Paralelamente, a “diferença em termos de lucros está se estreitando”, já que as estimativas de lucro futuro por ação estão melhores na Europa do que nos EUA no último ano, afirmou o relatório. Os estrategistas recomendam ações de bancos e empresas de energia na Europa e destacaram o setor de saúde como sua área de crescimento preferida com ações “baratas”.

O Goldman não está sozinho no entendimento de que o mercado europeu se sairá vencedor no retorno à normalidade após a pandemia. “As ações europeias podem cambalear com o primeiro aumento de juros pelo Fed, mas geralmente acabam se recuperando”, escreveram estrategistas do Citigroup liderados por Beata Manthey em nota distribuída na quarta-feira.

“Rendimentos mais altos podem ajudar transações tradicionais com ativos de valor, como ações do Reino Unido e do setor financeiro do continente europeu”, acrescentaram.

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