Emprego e inflação orientam mercados, que sobem nos EUA e vacilam na Europa

Futuros de índices nos EUA reverteram a queda no início da manhã, mas bolsas europeias, que se depararam com uma inflação forte na zona do euro, ainda sondam um rumo

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Barcelona, Espanha — Em poucas horas de negociação, os mercados futuros de índices nos Estados Unidos saíram de uma queda generalizada para esboçar ganhos. Na Europa, no entanto, os investidores ainda se mostram reticentes ao risco, com as bolsas trabalhando em direções contrárias depois de dados recordes de inflação. Dados macroeconômicos que deem pista sobre as próximas investidas de política monetária são os destaques de hoje nos mercados internacionais. 

Os títulos do Tesouro norte-americanos operavam estáveis, com os bônus de 10 anos oferecendo prêmios de 1,72%. O rendimento de dois anos caminhavam para o maior pico semanal desde outubro de 2019.

  • As bolsas na Europa operam sem rumo definido depois da constatação de que os preços na zona do euro alcançaram novo máximo histórico. Prevalece o movimento de queda entre as bolsas do continente. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de dezembro subiu 5,0% na comparação anual, superando a expectativa de 4,8% dos analistas e de 4,9% na medição anterior.
  • Já as vendas no varejo de novembro na zona do euro avançaram 7,8% em 12 meses, comparadas a uma expectativa de 5,6%. Na leitura anterior, esse índice havia marcado +1,7%. Os dados fornecem elementos essenciais para o quebra-cabeça dos mercados, já que o Banco Central Europeu (BCE) insiste que o pico inflacionário tende a diminuir ao longo de 2022. A pressão para que o BCE se alinhe a outras autoridades monetárias no combate à inflação, do Fed ao Banco da Inglaterra (BoE), é grande.

O relatório de empregos dos Estados Unidos em dezembro também está no radar. Os investidores querem conhecer a proporção de americanos que retornam à força de trabalho e se os empregadores estão conseguindo preencher um número quase recorde de posições em aberto. É provável que o impacto da variante ômicron seja sentido apenas marginalmente, com mais chance de se refletir no relatório de janeiro – os analistas esperam um aumento de 447.000 empregos na folha de pagamento não-agrícola de dezembro, segundo a Bloomberg.

  • Caso este aumento se confirme, estaria em linha com os dados do instituto ADP, segundo o qual as empresas adicionaram o maior número de postos em sete meses. Com os funcionários do Fed se preparando para aumentos mais agressivos das taxas e uma contração do balanço do banco central, os mercados esperam pouca chance de uma mudança do tom “hawkish” para a política monetária norte-americana, mesmo que os números desta sexta-feira fiquem abaixo das expectativas.
  • Comentários de presidentes regionais do Fed forneceram algumas informações adicionais aos traders, que tentam prever um possível cronograma para o aperto monetário. O presidente do Fed de St. Louis James Bullard, conhecido por ser mais aguerrido quando o tema é combater a inflação, disse ontem em um discurso que o banco central poderia aumentar sua taxa básica de juros logo em março. Enquanto isso, a presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, disse em um evento virtual que a redução do balanço do Fed viria após a normalização das taxas dos Fed funds.

As preocupações sobre uma inflação salarial nos Estados Unidos ganham corpo. O país enfrenta uma onda de pedidos de demissões, evidenciando a dificuldade dos empresários em reter empregados.

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🟢 As bolsas ontem: Dow (-0,47%), S&P 500 (-0,10%), Nasdaq (-0,13%), Stoxx 600 (-1,25%), Ibovespa (+0,55%)

  • Nos mercados acionários internacionais, os indicadores caíram em ambos os lados do Atlântico. Durante uma sessão volátil, os investidores ainda assimilavam o tom mais aguerrido na ata da reunião do Fed de dezembro, que insinuou a possibilidade de que as taxas de juros da política poderiam ser aumentadas “mais cedo ou em um ritmo mais rápido” do que a autoridade monetária havia indicado inicialmente.

Na agenda

  • Raphael Bostic e Mary Daly, do Fed, discursam em eventos
  • Produção industrial na Alemanha e na França, IPC flash de dezembro na zona euro, vendas ao varejo na zona do euro (novembro)
  • Taxa de desemprego nos EUA, salário médio por hora, crédito ao consumo (novembro) norte-americano

Sábado, 8

  • Isabel Schnabel, do conselho executivo do BCE, participa de um evento

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-- Com informações de Bloomberg News