Rede D’Or anuncia primeira aquisição de hospital em 2022

Companhia fluminense compra o Hospital Santa Marina, em Campo Grande (MS), por R$ 25 milhões

Hospital Santa Marina, em Campo Grande (MS), foi adquirido pela Rede D'Or
06 de Janeiro, 2022 | 09:44 AM
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São Paulo — A Rede D’Or (RDOR3) anunciou a primeira aquisição do ano. A empresa de saúde sediada no Rio de Janeiro comprou o Hospital Santa Marina por R$ 25 milhões. Localizado em Campo Grande (MS), a unidade conta com 30 leitos. Segundo comunicado da Rede D’Or, enviado na noite de ontem (5) à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o negócio faz parte de sua estratégia de expansão. Em 2021, a companhia adquiriu no mesmo município o Hospital Proncor.

A transação engrossa a lista de companhias de saúde do Sudeste comprando ativos em outras regiões. No ano passado, a capixaba Kora Saúde (KRSA3) também fez aquisições na região Centro-Oeste, assumindo o ING (Instituto de Neurologia de Goiânia), o primeiro hospital de neurologia do Brasil, e também participações societárias indiretas no CGOT (Centro Goiano de Ortopedia e Traumatalogia) e na Angiocardis Diagnósticos e Terapêutica, por R$ 116,9 milhões.

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O apetite da Rede D’Or também se volta para o Nordeste. Em novembro passado, a Rede D’Or havia concluído a compra do Hospital Arthur Ramos, de Maceió (AL), pelo valor de R$ 371,8 milhões. A unidade tem capacidade para 176 leitos, podendo ser expandido para 240.

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Além da Rede D’Or, a operadora cearense de planos de saúde Hapvida (HAPV3) também apostou no Centro-Oeste, adquirindo, no ano passado, a Viventi Hospital Asa Sul, na área nobre de Brasília, por R$ 22 milhões, ampliando sua presença na região.

Consolidação

No balanço de operações de M&A (fusões e aquisições) do setor de saúde em 2021, a principal transação anunciada envolveu a Hapvida, que deve concluir, no mês que vem, a fusão com o Grupo Notre Dame Intermédica (GNDI3) após aprovação do negócio pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), sem restrições, seguindo parecer de sua área técnica divulgado no mês passado. Há expectativas de captura de sinergias com a operação no valor de R$ 15 bilhões ou 20% de aumento em relação ao atual valor das duas companhias, segundo estimativa do Bank of America.

A movimentação do setor de saúde no segundo ano da pandemia da Covid-19 despertou maior interesse das instituições financeiras em relação a essas companhias. A XP, por exemplo, iniciou recentemente a cobertura da Oncoclínicas (ONCO3), que fez IPO (oferta inicial de ações) no ano passado. A corretora deu uma recomendação de compra para o papel com preço-alvo de R$ 18,7 por ação para o final de 2022, destacando que a empresa atua em um mercado em crescimento, uma vez que os casos de câncer no Brasil devem aumentar a uma taxa anual de 3,2% pelos próximos 20 anos.

A XP também começou a cobrir a Kora Saúde com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 11,7 por ação para o final de 2022, avaliando que a companhia tem uma “sólida história de crescimento no segmento hospitalar”, sustentada por uma estratégia única em relação a outras empresas listadas, com foco em uma parcela pouco explorada do mercado, além da “capacidade de adquirir outras empresas e histórico que colocam a Kora como uma das consolidadoras claras do segmento”.

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Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 29 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.