Falta de ônibus é mais um problema no aeroporto de Guarulhos

Passageiros da Latam chegaram a esperar cerca de 45 minutos dentro da aeronave por não haver ônibus disponível para levá-los até o terminal

Aeroporto de Guarulhos  é administrado pela GRU Airport, que acumulou perdas de quase R$ 800 milhões com a pandemia em 2021, mas conseguiu o direito de deduzir o prejuízo no valor da outorga
06 de Janeiro, 2022 | 03:36 PM

São Paulo — Passageiros de um voo da Latam foram obrigados a ficar cerca de 45 minutos dentro da aeronave, após o pouso, porque não havia ônibus disponível para levá-los até o prédio do terminal, onde é feito o desembarque. O transtorno foi verificado, na noite de ontem (5), no aeroporto de Guarulhos (SP), o maior do país. A GRU Airport, concessionária do terminal, culpou o atraso do voo e as condições meteorológicas pelo problema.

Em nota, a Latam relatou que o voo LA 4629 (Porto Alegre-São Paulo/Guarulhos) da quarta-feira, previsto para chegar às 20h35, pousou somente às 21h21 em função de condições meteorológicas adversas em São Paulo. Além disso, o desembarque da aeronave sofreu atraso de 45 minutos para ser iniciado devido à demora do ônibus do aeroporto.

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“Passageiros que perderam a conexão original para Fortaleza já foram acomodados no voo LA4510 (São Paulo/Guarulhos-Brasília), que decolou às 22h38. Na capital federal, todos receberão assistência, inclusive hotel, e seguirão logo cedo para seu destino final em outros voos da Latam na rota Brasília-Fortaleza. A Latam lamenta essa situação, totalmente alheia à sua vontade. A companhia também reitera que a segurança é um valor imprescindível e, sobretudo, que todas as suas decisões visam garantir uma operação segura”, disse a companhia aérea.

Já a GRU Airport, concessionária que administra o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, informou que por conta do atraso na chegada do voo em questão e das condições meteorológicas adversas no momento de desembarque na noite desta quarta-feira (05/01), o “atendimento aconteceu com maior lentidão”.

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Desde o início da alta temporada, o maior aeroporto do Brasil vem registrando um número maior de atrasos e cancelamentos de voo devido a questões meteorológicas. No último dia 17 de dezembro, houve uma queda do sistema de balizamento (iluminação) devido à chuva, o que provocou uma série de cancelamentos e atrasos de voos, além de filas maiores de atendimento aos passageiros.

Além disso, a suspensão dos voos pela ITA (Itapemirim Transportes Aéreos), no último dia 17 de dezembro, também tumultuou a movimentação de passageiros no local.

Com o maior fluxo de viajantes neste período, devido ao período de férias e festividades do fim de ano, a mídia brasileira tem registrado mais transtornos e incidentes envolvendo passageiros. No último dia 30 de dezembro, um voo da Azul, de Fortaleza (CE) a Confins (MG), teve de retornar ao aeroporto de origem, após um passageiro se recusar a usar a máscara e agredir uma comissária de bordo.

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Já o Procon de São Paulo, órgão de defesa do consumidor, notificou, no último dia 23 de dezembro, a Gol devido ao caso de uma cachorra que desapareceu ao passar por uma conexão no aeroporto de Guarulhos. No último dia 15, a cadela Pandora, de um cliente proveniente de Recife (PE), que faria conexão em Guarulhos com destino a Navegantes (SC), escapou da caixa de transporte durante o processo de conexão. O tutor de Pandora, o garçom Reinaldo Gomes, culpou a empresa e o aeroporto por falhas na segurança, já que o animal chegou a ser filmado por câmeras transitando no terminal de cargas e nada foi feito para resgatar a cadela.

Perdas com pandemia

A GRU Airport registrou perdas de R$ 799,7 milhões decorrentes da pandemia da Covid-19 em 2021. A concessionária conseguiu um aval da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e da Secretaria Nacional de Aviação Civil, do Ministério da Infraestrutura, o direito de descontar essa quantia do valor a ser pago pela outorga fixa de 2021.

“O reequilíbrio aprovado pela Anac observa o estrito cumprimento do contrato de concessão, garantindo a manutenção dos investimentos e a continuidade da prestação dos serviços à sociedade, além de mostrar aos potenciais investidores da 7ª rodada de concessão que a agência preza pela segurança jurídica e estabilidade regulatória, conforme observado em cada etapa do processo licitatório”, justificou a Anac ao aprovar a dedução no último dia 30 de novembro.

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Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 29 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.