Bloomberg — A Argentina aumentou sua taxa básica de juros pela primeira vez em mais de um ano, enquanto enfrenta pressão do Fundo Monetário Internacional para apertar sua política monetária.
O banco central elevou a taxa Leliq de 38% para 40%, o nível que havia permanecido por mais de um ano, mesmo com a inflação anual em torno de 50%.
A abordagem heterodoxa do banco até agora contrastou com uma onda de aumentos das taxas por bancos centrais em todo o mundo, buscando combater a aceleração da inflação.
Autoridades do FMI pressionaram a Argentina em dezembro a implementar uma política monetária “apropriada” como parte das negociações para um novo programa de reescalonamento de pagamentos de cerca de US$ 40 bilhões. Eles pediram especificamente que as taxas de juros excedessem a inflação.
“O aumento das taxas é um passo na direção certa, mas tímido demais para fazer diferença”, disse Adriana Dupita, economista da Bloomberg Economics. “O banco central precisará aumentar ainda mais a taxa se pretende usar a política monetária para combater a inflação - com ou sem um acordo com o Fundo.”
A Bloomberg News informou no mês passado que as autoridades do banco central estavam considerando um aumento nas taxas.
O banco central argentino, que não é independente do poder executivo, imprimiu dinheiro para financiar os gastos do governo durante a pandemia, levantando preocupações sobre a inflação. Economistas ouvidos pela autoridade monetária esperam alta de 52% nos preços este ano.
O banco central também anunciou uma série de medidas técnicas quinta-feira:
- A taxa da nota Leliq de 28 dias continuará a servir como referência;
- Banco central participará de mercado secundário de títulos públicos;
- Banco central criará uma nova nota Leliq de 180 dias com uma taxa anual fixa de 44%;
- Banco central eliminará progressivamente as notas de recompra de 7 dias;
- Para pessoas físicas, a taxa anual dos depósitos a prazo fixo de 30 dias aumentará para 39%;
- Para outros depositantes, as taxas dos depósitos a prazo fixo serão de 37%;
- Banco central espera que as pressões de preços diminuam e que as expectativas para o câmbio melhorem em 2022;
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