American Girl lança boneca sino-americana após crimes de ódio

Subsidiária da Mattel lançou a Corinne Tan logo após a temporada de feriados em resposta ao aumento da violência contra os americanos de origem asiática

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Bloomberg — Conheça a mais nova American Girl: o nome dela é Corinne, ela gosta de esquiar e é a única boneca sino-americana no rol da marca.

American Girl Brands, uma subsidiária da Mattel, lançou a Corinne Tan em 1º de janeiro -- logo após a temporada de feriados -- em parte em resposta ao aumento da violência contra os americanos de origem asiática.

“Criamos Corinne para ser um modelo positivo para que nossos fãs possam admirar e aprender com ela, enquanto trabalhamos para um mundo onde todos sejam tratados com justiça e respeito”, disse a diretora-geral da American Girl, Jamie Cygielman, em comunicado. A boneca Corinne -- acompanhada de acessórios temáticos, livros sobre sua vida e uma irmã chamada Gwynn -- estará a venda por pelo menos dois anos.

Mattel, a fabricante da Barbie, tem sido muito criticada pela falta de diversidade racial em seus produtos e por perpetuar padrões de beleza irreais, embora tenha lançado mais bonecos não-brancos recentemente. Entre as dezenas de American Girls lançadas ao longo dos anos, Corinne é uma das seis de ascendência asiática. A empresa descontinuou a produção da Ivy Ling, sua primeira boneca sino-americana, em 2014.

O lançamento de Corinne ocorre em meio a um aumento de crimes de ódio anti-asiáticos nos EUA. Houve mais de 10.000 relatos de discriminação anti-asiática desde o início da pandemia em março de 2020, mostram dados do stopaapihate.org.

Cynthia Choi, co-CEO da Chinese for Affirmative Action e fundadora do Stop AAPI Hate, aplaudiu o esforço de falar com as crianças sobre o racismo anti-asiático de uma maneira apropriada para a idade.

“O que eu realmente espero é que haja alguma parte da história de Corinne que faça os leitores se sentirem vistos, seja porque eles são asiático-americanos, ou porque fazem parte de uma família mista, ou porque amam esquiar”, disse Wendy Wan-Long Shang, autora dos livros da Corinne, em comunicado.

“Eu acho que quando os leitores se sentem vistos, eles percebem que eles e suas experiências são importantes, e que foram feitos para serem as estrelas de suas próprias histórias.” Shang desenvolveu os personagens junto com o ilustrador Peijin Yang.

Corinne, como muitas mulheres e meninas asiático-americanas retratadas na mídia, tem o cabelo com mechas azuis. Rae Chen, que em 2018 escreveu um artigo na Teen Vogue observando a tendência de Hollywood de dar às mulheres asiáticas rebeldes cabelos coloridos, considerou essa decisão decepcionante.

“Eles estão promovendo a ideia de que para ter uma identidade independente como pessoas não brancas, temos que modificar intencionalmente o que nos torna alguém não branco”, disse Chen. “Você não deveria ter que pintar o cabelo para ter a energia de personagem principal.”

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