Seca castiga lavouras de soja e milho do Paraná

Estado perdeu 2,5 milhões de toneladas de soja e mais de 500 mil toneladas de milho em 30 dias por conta dos efeitos da estiagem

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Bloomberg Línea — A seca que atinge a região Sul do Brasil, em especial o Paraná, já está provocando efeitos negativos sobre as lavouras de soja e milho do Estado. A safra de soja e milho que foram plantadas em agosto do ano passado e serão colhidas nos próximos meses já não serão mais do mesmo tamanho que o esperado inicialmente. (veja os gráficos abaixo)

Dados do Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná, referente às condições das lavouras avaliadas em dezembro, indicam que a safra de soja do ciclo 2021/22 será de 18,45 milhões de toneladas. O volume representa uma queda de 12,1% em comparação à estimativa divulgada em novembro, quando os efeitos da seca ainda não eram tão claros.

Com o ajuste na previsão de colheita, o Paraná deverá ter agora uma queda de 6,7% na oferta da safra atual em comparação às 19,77 milhões de toneladas colhidas no ciclo 2020/21. Até novembro, o governo paranaense ainda acreditava em uma colheita 6,16% maior do que a registrada no ano passado.

Na prática, a estiagem fez com que 2,5 milhões de toneladas de soja desaparecessem das lavouras do Paraná em apenas 30 dias. Na semana passada, quando o Deral fez o primeiro levantamento das condições das lavouras de soja do Estado, 57% da área plantada encontrava-se em boas condições. Hoje, esse percentual é de apenas 30%. Para efeitos comparativos, no mesmo período do ano passado, 87% das lavouras de soja paranaense estavam em boas condições (veja os gráficos abaixo).

No caso do milho a situação não é muito diferente. A estimativa de produção referente a dezembro foi de 3,68 milhões de toneladas. O volume representa um corte de 12,2% em comparação às 4,19 milhões de toneladas previstas em novembro. Contudo, o novo número ainda significa uma oferta maior na primeira safra de milho da ordem de 18% em comparação à colheita do ano passado, porém, bem abaixo do crescimento de 34% esperado em novembro.

A estiagem também foi a responsável pelo desaparecimento de mais de 500 mil toneladas de milho em apenas um mês. Em apenas uma semana, o percentual de lavouras em boas condições caiu praticamente pela metade, saindo de 63% para os atuais 35%. No mesmo período do ano passado, 90% da área plantada com milho no Paraná estava em boas condições.