Parlamentares dos EUA e da Europa pedem investigação contra JBS

Na segunda, presidente Biden lançou ofensiva contra gigantes de proteína ao anunciar planos para combater poder de mercado

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Bloomberg — O presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado dos EUA, Bob Menendez, o membro da Câmara dos Comuns do Parlamento do Reino Unido Ian Liddell-Grainger e o presidente da Comissão de Agricultura e Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu, Norbert Lins, pediram uma investigação coordenada das atividades da JBS, sua controladora J&F Investimentos e subsidiárias na Europa e nos EUA, informou a Bloomberg News.

“Também encorajamos nossos governos a examinar as práticas antitruste e anticompetitivas da JBS e avaliar se os abusos da empresa podem prejudicar permanentemente as cadeias de abastecimento de alimentos”, afirmam os parlamentares em comunicado.

Após o comunicado, as ações da JBS passaram a cair e terminaram o dia com baixa de 0,30%, negociada a R$ 36,24. Na véspera, os papéis ja tinham recuado 4,2%.

Ontem, o presidente americano Joe Biden lançou uma ofensiva contra os gigantes de proteína animal ao anunciar planos para combater o poder de mercado dessas empresas. “Capitalismo sem competição não é capitalismo, é exploração”, disse Biden. “Isso é o que estamos vendo em carnes e aves”, disse Biden.

A Casa Branca pretende injetar US$ 1 bilhão para reduzir a concentração do setor. Atualmente, Cargill, Tyson, JBS e National Beef (Marfrig) são responsáveis por 85% da produção de carne bovina dos Estados Unidos. O TOP 4 controla ainda 54% do mercado de aves e 70% do mercado de carne suína.

No Brasil, Marfrig e JBS não comentaram o assunto. Contudo, fontes das duas empresas consideram que as medidas anunciadas por Biden não iriam interferir em seus negócios nos Estados Unidos. Mais do que isso, as medidas estão sendo consideradas irrelevantes, tanto do ponto de vista dos preços da carne quanto da concentração do mercado e que a atitude do presidente americano tem um viés muito mais político do que econômico. Na prática, alguns analistas consideram que a alta dos preços vai muito além da questão da concentração, afinal, há décadas as quatro maiores empresas controlam a maior parte da produção americana.