México capta US$ 4,1 bi na primeira venda de título emergente em 2022

País planeja emitir notas com vencimento em 2034 pagando 220 pontos-base acima dos rendimentos do Tesouro dos EUA

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Bloomberg — O México está retornando aos mercados de dívida internacionais após seis meses para se tornar o primeiro país em desenvolvimento a vender títulos em dólar este ano.

O país precificou nesta terça-feira US$ 2,2 bilhões em títulos de 12 anos a 190 pontos-base sobre os rendimentos de títulos do Tesouro dos EUA com vencimento semelhante, bem como US$ 1,9 bilhão em notas com vencimento em 2052 com spread de 235 pontos-base, de acordo com uma pessoa familiarizada com a matéria.

Parte dos novos títulos será usada na troca por alguns títulos em circulação com vencimento entre 2025 e 2051, segundo o governo. Os detentores de títulos com vencimento de 2025 a 2032 poderão trocar suas notas pela nova dívida de 2034 e aqueles que possuem títulos com vencimento em 2044 a 2051 podem trocar pelas notas de 2052.

O México também está se oferecendo para comprar alguns dos títulos em circulação em dinheiro, embora dê preferência aos detentores que concordarem em comprar os novos títulos.

“É parte da estratégia de gestão da dívida mexicana, administrar o perfil da dívida ao estender a duração e, ao mesmo tempo, tentar manter uma nova emissão líquida equilibrada”, disse William Snead, estrategista do BBVA em Nova York.

O México está prestes a se tornar a primeira nação de mercado emergente a acessar os mercados de crédito globais em 2022. O país vendeu dívida no exterior pela última vez em julho, quando emitiu notas denominadas em euros, com vencimento em 15 anos e cupom de 2,25%. O dinheiro arrecadado com esse acordo foi destinado a projetos específicos que atendam à meta estabelecida para atingir objetivos de desenvolvimento sustentável definidos pelas Nações Unidas. Um título denominado em euros com vencimento em 2051 vendido há um ano paga um cupom de 2,125%.

A dívida em dólares mexicanos gerou perdas de investidores de 3% no ano passado, mas ainda se saiu melhor do que os principais pares regionais como Brasil, Colômbia, Peru e Chile, de acordo com Índice Bloomberg. A prudência fiscal inesperada do presidente Andrés Manuel Lopéz Obrador durante a pandemia contribuiu para a confiança dos investidores na dívida.

No mês passado, a petrolífera estatal Petroleos Mexicanos disse que concluiu a compra de US$ 4,5 bilhões em notas por dinheiro, encerrando o acordo de troca de dívida antes do esperado. A oferta, anunciada com uma injeção de dinheiro de US$ 3,5 bilhões do governo, teve forte participação de credores.

Barclays Capital, BBVA Securities, BofA Securities e Santander Investment Securities organizam a negociação com títulos do governo.

(Atualizado às 20h45 com dados da captação)

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