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Biden ameaça os frigoríficos brasileiros

Também no Breakfast: Mercados em alta e com expectativas em torno de índices de produção e preços; Apple se torna primeira empresa a valer US$ 3 trilhões e Estes são os aspectos da política mundial a serem observados em 2022

04 de Janeiro, 2022 | 06:57 AM
Tempo de leitura: 3 minutos

Bom dia! Hoje é 4 de janeiro de 2022 e este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias do dia

Joe Biden vai destinar US$ 1 bilhão para controlar preço da carne e reduzir concentração no setor frigorífico (Foto: Oliver Contreras/Bloomberg)

As ações dos frigoríficos brasileiros não começaram o ano bem. O presidente Joe Biden prometeu ontem “lutar por preços mais justos” para fazendeiros e consumidores ao anunciar planos para combater o poder de mercado dos gigantescos conglomerados que dominam o processamento de carnes e aves. “Capitalismo sem competição não é capitalismo, é exploração”, sentenciou Biden. “Isso é o que estamos vendo em carnes e aves.”

  • Sob essa ameaça, os papéis da JBS, Marfrig e Minerva terminaram o primeiro pregão de 2022 em forte queda. Marfrig e JBS têm nos Estados Unidos a maior parte de suas receitas e operações e, por isso, suas ações fecharam o pregão em queda de 3,31% e 4,19%, respectivamente. Apesar de a Minerva não ter operações no mercado americano, acabou contaminada pelo setor.
  • Resumidamente, a Casa Branca quer injetar US$ 1 bilhão para reduzir a concentração do setor. Atualmente, Cargill, Tyson, JBS e National Beef (Marfrig) são responsáveis por 85% da produção de carne bovina dos Estados Unidos. O TOP 4 controla ainda 54% do mercado de aves e 70% do mercado de carne suína.
  • No Brasil, Marfrig e JBS não comentaram o assunto. Contudo, fontes das duas empresas consideram que as medidas anunciadas por Biden não irão interferir em seus negócios nos Estados Unidos. Mais do que isso, as medidas estão sendo consideradas irrelevantes, tanto do ponto de vista dos preços da carne quanto da concentração do mercado e que a atitude do presidente americano tem um viés muito mais político do que econômico.

🟢 Na prática, alguns analistas consideram que a alta dos preços vai muito além da questão da concentração, afinal, há décadas as quatro maiores empresas controlam a maior parte da produção americana.

Na trilha dos Mercados

Os mercados começam a sessão de hoje com altas tanto nas bolsas europeias quanto nos negócios com futuros de índices nos Estados Unidos.

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O primeiro dado observado pelos analistas foi o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor manufatureiro chinês, que veio melhor (50,9) que o esperado pelos analistas (50,0). Na leitura de novembro, este indicador havia marcado 49,9 pontos.

Outra informação que injetou otimismo às operações se refere às vendas varejistas na Alemanha, cujo recuo de 0,2% foi bem inferior à queda de 3,1% projetada pelos analistas. Na medição anterior, de novembro, houve queda de 3,3%.Os dados alentam os investidores na medida em que sinalizam que a economia global insiste em avançar, apesar das incertezas com chegada da variante ômicron e dos gargalos nas cadeiras de abastecimento.

Um panorama dos mercados

De olho na inflação

Para a semana, a inflação estará sob os holofotes. Serão divulgados os primeiros dados sobre o comportamento dos preços em dezembro em vários países da União Europeia, assim como a estimativa preliminar para a zona do euro.

Em novembro, a inflação medida pelo IPC na zona do euro alcançou o seu nível mais alto desde a criação da moeda única, que este ano comemora seus 20 anos de implantação. A alta dos preços na região superou a previsão de 4,9%, mas a expectativa é de que, ao longo de 2022, quando o repique dos preços de energia desaparecer da comparação anual, a inflação volte a se situar dentro da meta do Banco Central Europeu (BCE).

Outro importante dado para o mercado financeiro é o relatório de dezembro sobre o emprego nos Estados Unidos. Espera-se que este indicador se mantenha na casa dos 4,2%, mas como a pesquisa se centra na primeira parte do mês, pode ser que não reflita plenamente os efeitos da variante ômicron sobre as contratações.

No radar

  • Vendas varejistas na Alemanha e desemprego, hoje (4)
  • IPC França- Índice PMI do Reino Unido
  • Índice de novos pedidos (ISM) manufatureiro dos EUA
  • Ofertas de emprego JOLTS dos EUA (novembro)

Quarta, 5

  • Atas da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed) 
  • PMIs de serviços e composto de dezembro de países como Índia, Itália, França, Alemanha, Brasil e EUA
  • Atividade das refinarias de petróleo divulgada pela EIA

Quinta, 6

  • James Bullard, membro do Fed, fala em uma palestra sobre política monetária
  • PMIs de serviços e composto de dezembro do Japão e Reino Unido de dezembro
  • Inflação ao consumidor (dezembro) e ao produtor (novembro) na zona euro
  • EUA: balança comercial (novembro), pedidos às fábricas, pedidos finais de bens duráveis (novembro), pedidos iniciais de seguro-desemprego 

Sexta, 7

  • Outro membro do Fed, Mary Daly, discursa em um evento
  • Produção industrial na Alemanha e na França, IPC flash de dezembro na zona euro, vendas ao varejo na zona do euro (novembro)
  • Taxa de desemprego nos EUA, salário médio por hora, crédito ao consumo (novembro) norte-americano

Sábado, 8

  • Isabel Schnabel, do conselho executivo do BCE, participa de um evento

Destaques da Bloomberg Línea

Também é importante

  • Apple se torna primeira empresa a valer US$ 3 trilhões: O valor do mercado da companhia tocou brevemente esta marca, quebrando mais um recorde e destacando como a pandemia turbinou o crescimento de décadas da Big Tech. No final da sessão, a empresa terminou valendo US$ 2,99 trilhões. Desde uma baixa no início de outubro, a Apple acrescentou cerca de US$ 700 bilhões à sua capitalização de mercado.
  • Private equity corre atrás para assumir ativos desprezados de carvão de mineradoras: Gestoras de private equity estão fazendo fila para assumir os ativos sujos – e altamente lucrativos – que estão sendo vendidos por produtores de commodities de capital aberto enquanto o mundo se esforça para descarbonizar.
  • Setor aéreo dos EUA cita riscos e pede adiamento do 5G: Companhias aéreas alertam para a possibilidade de atrasos nos voos depois que AT&T e Verizon Communications rejeitaram um pedido do governo dos Estados Unidos para adiar o novo serviço para redes móveis com padrão 5G que, segundo o setor aéreo, coloca a segurança em risco porque pode interferir com os aparelhos eletrônicos das aeronaves. As duas gigantes de telecomunicação afirmaram que podem oferecer uma pausa de seis meses perto de alguns aeroportos.
  • Bolsonaro tem melhora, mas não há decisão sobre cirurgia: O estado de saúde do presidente Jair Bolsonaro melhorou e ele não tem febre nem dores abdominais. Ele estava de férias numa praia no sul do país quando apresentou sintomas de obstrução intestinal.

Opinião Bloomberg

Os cinco maiores erros de relações públicas de 2021

Foi um ano de grandes desafios para muitas empresas, com uma pandemia contínua, escassez de mão de obra, gargalos na cadeia de suprimentos e inflação recorde. Como se tudo isso não bastasse, algumas empresas aumentaram suas próprias aflições com crises criadas por elas próprias, devido a péssimas escolhas e julgamentos da equipe de relações públicas. O autor listou aquelas que para ele foram as cinco piores decisões de RP corporativas do ano.

Pra não ficar de fora

David Beckham vende parte de sua empresa

A Authentic Brands Group Inc. está comprando uma participação majoritária na empresa de gestão de marca do ex-jogador de futebol David Beckham, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto.

A empresa pagará cerca de 200 milhões de libras (US$ 269 milhões) por uma fatia de 55% na DB Ventures LLC da Beckham, disse a fonte, que pediu para não ser identificada porque o assunto não é público. O negócio vai gerar receitas para a Authentic Brands de um dos atletas mais renomados do mundo, que se aposentou do futebol em 2013 e hoje trabalha para marcas como relógios Tudor. A empresa de branding sediada em Nova York detém os direitos de estrelas icônicas, incluindo Elvis Presley e Shaquille O’Neal, que também é um grande investidor na Authentic Brands.

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