Private equity corre atrás para assumir ativos desprezados de carvão de mineradoras

Gestoras apostam que transição verde vai demorar mais do que o esperado elevando preços

Gestoras apostam que transição verde vai demorar mais do que o esperado elevando preços
Por James Attwood
03 de Janeiro, 2022 | 08:08 PM

Bloomberg — Gestoras de private equity estão fazendo fila para assumir os ativos sujos – e altamente lucrativos – que estão sendo vendidos por produtores de commodities de capital aberto enquanto o mundo se esforça para descarbonizar.

No exemplo mais recente, firmas de private equity responderam pela maioria dos 30 candidatos ocidentais que assinaram acordos de sigilo na venda pela Vale de seus negócios de carvão em Moçambique, de acordo com Luciano Siani Pires, chefe de estratégia e transformação de negócios da mineradora, com sede no Rio de Janeiro.

Embora o grupo indiano de aço e energia Jindal tenha adquirido esses ativos, o nível de interesse dos grupos de private equity ressalta uma perspectiva positiva para as minas de carvão que se tornaram tóxicas para as empresas listadas em meio à mudança em direção aos investimentos ambientais, sociais e de governança, escreveu Siani em uma publicação do LinkedIn.

Com certeza, muito do interesse nos ativos da Vale em Moçambique pode ter sido impulsionado pelo carvão metalúrgico, que tem uma perspectiva de longo prazo muito menos sombria do que a variedade térmica. Ainda assim, à medida que grandes produtores como Vale, Anglo American e Grupo BHP abandonam os combustíveis fósseis, as gestoras de private equity apostam que a transição verde vai demorar mais do que o esperado, com os preços do carvão e do petróleo ameaçando ficar altos nos próximos anos devido à falta de investimento em nova capacidade.

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“A combinação resultante de altos preços de commodities e baixos custos de aquisição de ativos indesejáveis pode fornecer a essas empresas a bonança de sua vida”, disse Siani.

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