Bloomberg — As ações da instituição financeira mais valiosa da América Latina, Nu Holdings Ltd., subiram depois que os analistas iniciaram a cobertura da empresa com opiniões principalmente positivas. Os analistas afirmaram que as perspectivas de crescimento mais fortes justificavam seu prêmio de avaliação em relação aos pares.
Analistas do Morgan Stanley ao Goldman Sachs Group Inc. veem um potencial de alta de até 71% a partir do fechamento de sexta-feira. A classificação de consenso - uma proxy para sua proporção de classificações de compra, manutenção e venda - é 4,44 em cinco, mostram os dados da Bloomberg.
Nesta segunda, as ações terminaram o primeiro pregão do ano com alta de 6,4% para US$ 9,98. Desde o IPO em dezembro, os papéis já subiram 10,9%.
O Nubank levantou mais de US$ 2,5 bilhões no quinto maior IPO dos EUA em 2021, ultrapassando o valor de mercado de bancos brasileiros tradicionais como Itaú Unibanco Holding SA e Banco Bradesco SA. Agora a empresa é negociada com um grande prêmio para seus pares regionais de fintech, mas quase em linha com nomes globais, escreveram em um relatório analistas do Morgan Stanley liderados por Jorge Kuri.
“O crescimento no Nubank deve ultrapassar em muito os pares globais, portanto, argumentando por uma avaliação premium”, disse Kuri, iniciando a cobertura com uma classificação de “overweight” e preço-alvo de US$ 16.
O Nubank, que conta com a Berkshire Hathaway Inc. de Warren Buffett e a SoftBank Group Corp. entre seus patrocinadores, alcançou 48,1 milhões de clientes em setembro. Isso deve subir para 108 milhões até 2025, à medida que a instituição aumenta sua oferta de produtos financeiros, estima o Goldman Sachs.
O KeyBanc, que também iniciou a cobertura do Nubank com “overweight”, informou que sua meta de preço de US$ 12 implica um valor de mercado para lucro bruto em 2023 de 21 vezes, próximo ao limite superior de um grupo de fornecedores de fintech modernos. Isso é garantido dado o perfil de crescimento de Nubank, disseram os analistas, incluindo Josh Beck.
Riscos para o Nubank
Com certeza, um dos principais riscos para a trajetória de crescimento é a piora do cenário macroeconômico no Brasil, onde a instituição obtém a maior parte de sua receita. O país enfrenta um aumento das taxas de juros e alta da inflação, com alguns economistas esperando que o país entre em recessão este ano.
“Estamos mais preocupados com a piora da qualidade dos ativos, pois o redução da capacidade do consumidor de pagar e a desaceleração na demanda de empréstimos” é esperada, escreveram analistas do HSBC liderados por Neha Agarwala em um relatório, justificando sua classificação de espera.
Para o Goldman, a plataforma de tecnologia proprietária da Nubank e uma ainda baixa participação de mercado podem permitir que a instituição cresça mesmo em um cenário desafiador no Brasil.
“A empresa mostrou boas perspectivas históricas de qualidade de ativos, devido ao seu uso extensivo de inteligência artificial, análise de dados e finanças comportamentais”, disseram analistas, incluindo Michael Ng e Tito Labarta. “O crescimento pode ser anticíclico.”
(atualizado às 18h30 com cotação do fechamento)
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