Bloomberg — O Goldman Sachs recomenda que os investidores nos Estados Unidos evitem ações de empresas com maior exposição à inflação salarial, dado que as margens serão um diferencial essencial em 2022 após fundos de gestão ativa perderem oportunidades de desempenho superior no ano passado.
Com a desaceleração do crescimento econômico, muitas companhias vão registrar aumento limitado das vendas, portanto a capacidade de lidar com inflação e juros será fundamental, escreveram estrategistas do banco liderados por David Kostin em nota divulgada no domingo (2). Os estrategistas acrescentaram que os retornos típicos das aplicações em renda variável têm sido menos influenciados por fatores macroeconômicos.
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No ano passado, apenas 20% dos fundos mútuos focados em empresas com grande valor de mercado (large caps) superaram o S&P 500, comparado à média histórica de 32%, e somente 15% dos fundos mútuos focados em crescimento superaram suas referências, de acordo com o Goldman. Os gestores de fundos focados em valor se saíram melhor, com 56% batendo o benchmark, em comparação com a média de 41%, segundo a nota.
Os estrategistas iniciam 2022 com menos clareza sobre a política do banco central americano e a trajetória da pandemia do que pareciam ter no ano passado. A inflação continua sendo uma das grandes dúvidas, com impacto sobre as cadeias de suprimentos, os salários e a postura do Federal Reserve. Muitos analistas de mercado preveem, no mínimo, maior volatilidade neste ano que começa.
“A dispersão do retorno das ações ficará mais evidente quando vista pelo canal de margem”, escreveram os estrategistas, estimando que as companhias integrantes do S&P 500 registrarão expansão de margem de 0,40 ponto percentual para 12,6%. A trajetória das taxas de juros neste ano também terá impacto significativo depois que “reversões bruscas nos rendimentos dos títulos durante 2021 motivaram grandes rotações de fator no mercado acionário.”
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